Empresa aposta em aquecimento com PEC das domésticas
A Suggar Eletrodomésticos, localizada no Distrito Industrial de Olhos D’água, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, já comemora a elevação de até 20% nos pedidos de seus clientes, que se preparam para as vendas decorrentes do Dia das Mães. O presidente da empresa, José Lúcio Costa, ressalta que a data favorece em especial as vendas de eletroportáteis, como ferros elétricos, liquidificadores e torradeiras. "São bens de consumo duráveis que custam menos de R$ 100, acabam sendo mais acessíveis do que roupas ou sapatos", explica Costa.
A Suggar trabalha com 154 produtos diferentes, dos quais apenas nove são integralmente fabricados em Belo Horizonte. Todos os demais são importados, a grande maioria da China. O carro-chefe da empresa são os exaustores, mas para o Dia das Mães o segundo artigo mais vendido durante o ano é o que toma a dianteira: os tanquinhos, que no varejo saem a cerca de R$ 199. Só em 2012, a Suggar produziu 1.148.374 tanquinhos, vendidos em todo o Brasil. "Nós fabricamos 5 mil deles por dia", disse o empresário, lembrando que trata-se de um eletrodoméstico muito brasileiro, assim como o liquidificador e o ferro elétrico, pouco consumidos em outros países. A Suggar estudou produzir ferros de passar roupa, mas, segundo Lúcio Costa, só os cabos do produtos custariam tanto quanto o produto pronto comprado na China.
Nos últimos anos, as vendas da Suggar foram incrementadas pelo aumento do consumo das classe C e D, mas recentemente Lúcio Costa aguarda o efeito da PEC das Domésticas, que, acredita, tende levar muitos consumidores a investirem em eletrodomésticos que simplifiquem o dia a dia, já que "é claro que haverá mudança de hábito das famílias em busca de praticidade". Entram neste nicho fornos elétricos, micro-ondas, mix, sanduicheiras e outros. "Cada vez mais as pessoas consomem alimentos processados, esta é uma tendência em todo o mundo e que vai se manter", acredita.
Mas a indústria nacional deve se beneficiar pouco, porque o produto que vem da China, ressalta o empresário, chega com tecnologia europeia e preço de mão de obra chinesa. No caso da Suggar, apenas os fornos elétricos chegam de fora e são terminados no Brasil, por uma questão de logística. Os menores são transportados dentro dos fornos maiores e quando chegam são montados na indústria. A importação também é interessante para o governo, acredita Lúcio Costa, já que qualquer produto, para ser retirado dos portos, precisa antes ter todos os impostos quitados. "Não há sonegação", explica.
Veículo: Diário do Comércio - MG