A inovação nos processos produtivos foi o caminho escolhido por empresas de Santa Catarina para superar
dificuldades e melhorar o desempenho. Medidas como reorganização do espaço, revisão de rotinas e abertura de nichos de mercado contribuem para aumentar a produtividade em mais de 40% em alguns casos. Um programa de gestão em logística oferecido pelo Senai/SC dá consultoria nas áreas de suprimentos, produção e distribuição, com bons resultados. O foco é na logística interna de produção, com aplicação da lean manufacturing (produção enxuta), filosofia de gestão criada pela Toyota que visa reduzir desperdício, custo e estoque.
A Olsen, fabricante de equipamentos médicos e odontológicos instalada em Palhoça, na Região Metropolitana de Florianópolis, precisou se reinventar para sobreviver. Até 2008, ela exportava para 101 países, mas a concorrência chinesa, a defasagem cambial e o chamado custo Brasil afetaram a competitividade do negócio. As vendas externas chegaram a cair de 60% para 20% da produção e, em 2010, a empresa recorreu à consultoria do Senai. Entre as medidas de ajuste adotadas, houve demissão de 100 dos 242 empregados, aumento de salários e benefícios dos que permaneceram, compra de máquinas a laser, investimento em design e em cursos de qualificação.
"Foi um processo dolorido, mas tivemos um bom resultado e hoje trabalhamos com muito mais tecnologia e
criatividade, voltados principalmente para o mercado interno", diz o fundador, Cesar Olsen. Graças ao sistema de produção enxuta, a empresa aumentou a produtividade em 43% - antes fabricava 350 equipamentos por mês e passou para 500. O tempo médio de entrada da matéria-prima na fábrica até a entrega do produto industrializado caiu de 176 para 10 dias. Também houve redução de 70% no estoque, o equivalente a R$ 3,5 milhões. O uso adequado do espaço tornou disponível uma área de 750 m2, o que, pelo mercado local, representou uma economia anual de R$ 108 mil.
A Pescados Pinhal, indústria alimentícia localizada em Concórdia, buscou em 2012 a consultoria de especialistas do Senai de Chapecó em processamento de carne. O objetivo era pesquisar soluções para reduzir o desperdício de 70% da carne na produção de filé de tilápia e carpa, agregar valor e facilitar as vendas. "Desenvolvemos hambúrguer, almôndega e presunto defumado de peixe", conta o gerente geral, Lauro Munareto. A pesquisa envolveu análises sensoriais para adequar os produtos ao paladar dos consumidores, avaliações sobre prazo de validade e orientações sobre normas de processamento. Outra preocupação foi assegurar a manutenção do valor nutricional.
"Vamos investir R$ 200 mil para ampliar o frigorífico e lançar os produtos em 2014."
Em Itajaí, a Simas Presentes Criativos é outra beneficiada. A empresa fabrica 3 mil itens entre canecas, copos e taças. Depois de mudanças na organização interna da empresa, diz o diretor-presidente, Anderson de Simas, o prazo de entrega dos produtos caiu de 15 para dois dias e o faturamento cresceu 40%.
Veículo: Valor Econômico