O setor atacadista começou o ano com bons resultados, mas poucas expectativas. De um lado, os três primeiros meses do ano foram marcados por um crescimento médio de 10% no faturamento frente a 2012. Porém, a alta foi motivada pelo desempenho de janeiro e fevereiro, enquanto março foi sinônimo de estagnação. A base fraca de comparação, já que o início de 2012 não foi bom para o setor, é a principal justificativa para a elevação inicial.
Segundo o presidente da Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Ronaldo Saraiva Magalhães, as expectativas mais positivas para este ano são de manter o mesmo resultado de 2012. "Começamos o ano já de forma irregular, com altos e baixos. A economia foi muito afetada pela crise internacional e o país deixou de crescer. normal que as pessoas passem a consumir menos também e nossos números refletem isso diretamente", afirma.
No ano passado, os resultados já não tinham ficado como o esperado pelo segmento. Os dados oficiais do fechamento do ano ainda vão ser divulgados, mas números preliminares indicam para elevação da ordem dos 5%. O percentual frustra as expectativas do segmento, que era de alcançar um incremento entre 8% e 10%.
Como a pior fase para o segmento em 2012 havia sido o primeiro semestre, é preciso que o faturamento nos seis primeiros meses deste ano fique bem mais alto para aumentar as chances de reversão do quadro. Foi o que aconteceu nos primeiros dois meses deste ano. Porém, o faturamento de março já ficou empatado com o ano anterior, o que está sendo avaliado como uma tendência de estagnação.
Para Magalhães, a grande dificuldade do setor é manter os investimentos necessários, como renovação de frota e do sistema de informática para recebimento e atendimento dos pedidos, sem alcançar os retornos financeiros esperados. As margens, segundo o representante do segmento, já estão praticamente no limite e variam de 2% a 4%, a depender da empresa e ramos em que atuam. Muitas empresas já abandonaram projetos de aportes maiores, como para ampliação de galpões e robotização do trabalho.
Tambasa - Até mesmo empresas que, em função de investimentos milionários, são acostumadas a alcançar altas taxas de crescimento começam a sentir os efeitos. É o caso, por exemplo, da Tambasa Atacadista, que projetava uma alta de faturamento no trimestre de 13,2% e alcançou 12%, segundo o diretor comercial da empresa, Alberto Portugal.
Com isso, o faturamento somou R$ 430 milhões no período. "Não está ruim o crescimento, mas ficou abaixo do que projetamos. Traçamos um plano e temos conseguido alcançar nos últimos anos, que é de crescer próximo de 15%", afirma.
Nacionalmente, as expectativas são mais positivas do que no Estado. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), José do Egito Frota Lopes Filho, a entidade irá divulgar uma pesquisa nos próximos meses feita junto aos empresários do setor.
Ele adiantou que 90% dos entrevistados se mostraram otimistas para 2013. Em 2012, o percentual de otimistas era menor, de 70%. "Acho que está sendo levado em conta o crescimento das classes C e D, que estão passando a ter acesso a produtos que não tinham antes. Isso é positivo para o setor", afirma.
Veículo: Diário do Comércio - MG