O primeiro laticínio de Minas Gerais para a produção de queijo à base do leite de ovelha, com selo de Inspeção Federal (SIF), inicia atividades até o fim de maio, no município de São Lourenço, Sul do Estado. A iniciativa é do grupo Cabanha Vita e a unidade terá capacidade de processamento diário de 1.500 litros de leite, informa a médica veterinária Aurora Maria Gouveia, coordenadora da Câmara Técnica de Ovinocaprinocultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa), da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
A indústria vai iniciar os trabalhos com a cota de 700 litros de leite retirados diariamente de animais de seu próprio criatório. Segundo avaliação de Aurora Gouveia, isso significa a oportunidade para o fornecimento do leite de ovelhas dos agricultores familiares estabelecidos nas áreas próximas a fim de completar a demanda da empresa.
Aurora, que também preside a Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Accomig), acrescenta que a entidade vai propor um trabalho em parceria com a Emater-MG para organizar a produção familiar com o objetivo de atender ao novo laticínio.
Ela diz que a participação dos pequenos produtores - ainda que os volumes de leite entregues individualmente sejam pequenos - pode garantir aos estabelecimentos uma receita adicional o ano inteiro.
A coordenadora considera que o trabalho de extensão por conta da Emater-MG (vinculada à Seapa), com a participação da Accomig, será de fundamental importância para a formação e integração de diversos criatórios de agricultura familiar do Sul de Minas para atender ao projeto de São Lourenço.
"Neste caso, além de facilitar para os agricultores a colocação do leite, será possível organizar também o comércio de cordeiros para garantir aumento de renda para os estabelecimentos", finaliza.
Qualidade - Para o subsecretário de Agricultura Familiar da Seapa, Edmar Gadelha, a existência de uma empresa para industrializar o leite de ovelha com inspeção federal, em São Lourenço, representa a possibilidade de fortalecimento de um segmento da agricultura agricultura familiar. "Principalmente os criatórios de ovinos localizados no município eá áreas mais próximas do latícinio", assinala.
Gadelha também diz que, para garantir o bom desempenho dos produtores no atendimento à indústria, além da assistência daá Emater será importante buscar a parceria da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), este responsável por ações de sanidade animal e vegetal no ânmbito estadual.
"Ante a possibilidade de obter mais receita atendendo a uma produção de valor agregado - queijos finos - os agricultores familiares serão estimulados a elevar a qualidade de seus rebanhos, sendo o apoio dessas instituições públicas de fundamental importância", enfatiza Gadelha.
Veículo: Diário do Comércio - MG