Produtor quer elevar preço mínimo

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Preços do grão e a demanda retraída são motivos de preocupação dos produtores de café.

Os preços baixos pagos pelo café e a demanda retraída tem feito com que o nível de comercialização da safra 2012 fique abaixo da média registrada nos períodos produtivos anteriores. A situação que é considerada crítica pode piorar ao longo do próximo mês, período em que se inicia a colheita da nova safra, o que aumentará a disponibilidade do produto no mercado. O setor está receoso e espera que o governo federal anuncie, ainda nesta semana, a majoração dos preços mínimos do grão.

De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisas Agroeconômicas da consultoria Safras & Mercado, em Minas Gerais, até 31 de março, a comercialização da safra 2012 de café atingiu 72% da produção, o que representa 20,5 milhões sacas de 60 quilos de um volume produtivo estimado em 28,3 milhões de sacas. Em igual mês do ano passado o índice de comprometimento era de 83% e a média dos últimos cinco anos de 87%.

"Os preços baixos e o prolongamento das dívidas dos produtores estão fazendo com que os cafeicultores segurem a safra à espera de preços melhores. Por outro lado, a demanda é pequena, principalmente a proveniente do mercado internacional, que além de enfrentar os problemas com a crise econômica também está em um período de baixo consumo devido ao período primavera-verão", diz o analista da Safras & Mercado Gil Barabach.

Negociação - A redução nos níveis de negociação foi maior na Zona da Mata mineira. De acordo com a consultoria, já foram negociadas 5,5 milhões de sacas, de uma produção estimada em 7 milhões de sacas. Até o encerramento de março, cerca de 79% do volume gerado na região já haviam sido comprometido, frente ao índice de 86% registrado em 2012 e de 90% na média dos últimos cinco anos.

A queda também é significativa nos resultados da região Sul/Oeste do Estado. Até o momento já foram comprometidas 10,5 milhões de sacas, o que corresponde a 69% da produção que é estimada em 15,3 milhões de sacas de 60 quilos. Na média dos últimos cinco anos o volume correspondia a 85% e no ano passado de 83%.

No Cerrado as vendas de café estão em torno de 4,5 milhões de sacas, volume que corresponde a 75% da safra total que foi estimada em 6 milhões de sacas. No ano passado o volume correspondia a 87% e na média dos últimos cinco anos de 89%.

Com o ritmo mais lento das negociações da safra, o setor cafeeiro de Minas Gerais está receoso e vem cobrando ações efetivas do governo para que ocorra a retomada dos preços.

Cooxupé - Nesse sentido, no sábado passado, representantes dos produtores se reunirão com os presidentes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu, e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, na sede da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé) para discutir políticas que viabilizem o setor.

De acordo com o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, a principal reivindicação dos produtores é o reajuste dos preços mínimos do café, que hoje está em R$ 261, para R$ 340. "Esperamos que até o final do mês o governo anuncie a medida, que é considerada fundamental para que sejam tomadas novas ações para reduzir a crise. O valor atual não é suficiente para cobrir os custos de produção e com a aproximação da nova safra, caso não aprovado o pedido, a tendência é que a situação se agrave ainda mais", ressalta.

Para o presidente da Faemg, Roberto Simões, a união dos produtores é fundamental para que sejam criadas políticas que promovam a recuperação da cafeicultura. "A reunião em Guaxupé foi muito importante, principalmente pela participação da senadora e presidente da CNA, Kátia Abreu, e dos produtores, autoridades e representantes da cafeicultura. Tivemos a oportunidade de mostrar a situação complicada em que o setor se encontra e reforçar o pedido de apoio para que o novo preço mínimo seja aprovado", revela Simões.

Ainda segundo Simões, o reajuste do preço mínimo deve ser votado na próxima quinta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em Brasília. "Estamos confiantes e acreditamos nas sua aprovação. Esse será o primeiro passo para que o setor supere a crise e para que sejam, enfim, criadas novas políticas para o setor", enfatiza.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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