Até agora a presença da americana MGA Entertainment, fabricante das bonecas Bratz, tem sido tímida no mercado brasileiro. Mas o iraniano Isaac Larian, CEO mundial da companhia, tem planos para mudar essa condição. Em três ou quatro anos, ele pretende alçar o Brasil ao segundo lugar no ranking de receitas da companhia, atrás apenas dos Estados Unidos - hoje o país está entre a oitava e a nona posições. "Nossa meta é atingir de 7% a 10% do que vendemos nos EUA em um ano ou dois", disse Larian ao Valor.
A estratégia de expansão definida pelo executivo, que esteve em São Paulo por ocasião da Abrin 2013, feira do setor que termina hoje, está centrada na linha de bonecas Lalaloopsy. Este ano, dimensiona ele, 250 mil unidades serão produzidas para venda no país - 36 itens da coleção foram apresentados na Abrin. Em 2014, um modelo será desenhado especialmente para o consumidor brasileiro. O Brasil é o segundo maior mercado de brinquedos do mundo depois do americano, segundo Larian.
O CEO espera que a Lalaloopsy se torne já neste ano a principal marca da MGA no país. A empresa não divulga faturamento, apenas que suas vendas globais cresceram 23% em 2012, sobre o ano anterior. No varejo brasileiro, vende ainda a Bratz, distribuída pela Yellow; a linha Novi Stars, via DTC Toys; e Little Tikes, trazida pela Girotondo e pela Buba Toys.
A Buba Toys, por sinal, distribui também a Lalaloopsy, desde 2012, e a expectativa é que a linha de bonecas assuma o posto de carro-chefe dos negócios ainda este ano. "Nossos investimentos na Lalaloopsy em 2013 são pelo menos três vezes maiores em relação aos do ano passado", afirmou o diretor comercial da empresa, Paulo Benzatti. Os outros nichos de atuação da Buba Toys, também fabricante, são as pelúcias e os itens para bebês e crianças em idade pré-escolar.
As bonecas da MGA também vão estampar de pijamas a cadernos. Segundo Glenn Migliaccio, diretor da BR Licensing, responsável pelas negociações de licenciamento da marca Lalaloopsy, seis empresas brasileiras já detêm os direitos sobre as personagens.
Elas também foram compradas pela TV. Nos EUA, o canal pago Nickelodeon as transformou em série, que estreou em abril. No segundo semestre será a vez de ocuparem a grade brasileira do Discovery Kids.
A marca foi criada em 2010, a partir da fábula da boneca de pano que ganha vida quando seu último ponto é costurado - no mundo real, ela é de vinil. Seu público-alvo são meninas de 4 a 7 anos de idade, que interagem de forma lúdica com os brinquedos. "Não se trata de uma 'fashion doll aspiracional' como a Barbie ou a Bratz", disse Benzatti, da Buba. "As meninas não querem ser a boneca, elas querem tê-la como uma amiguinha. Estão na fase da criancice, em que desenvolvem cenários em sua imaginação." No Brasil serão vendidos modelos de R$ 39 a R$ 269.
O mercado de brinquedos deve crescer 12% este ano, segundo projeções da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). No ano passado, entre produção local e importações, o setor movimentou R$ 3,87 bilhões. As bonecas respondem por 41% desse total.
Veículo: Valor Econômico