A safra de arroz caminha para o fim. A colheita já atinge 90% da área semeada. O cenário para os preços é bom.
Em 2013, não está havendo a tradicional queda de início de ano, o que normalmente ocorre devido ao excesso de oferta. Pesquisa da Folha indica que a saca varia de R$ 30,00 a 31,50 no Sul do país, dependendo da região.
Apesar desses preços bons, Claudio Pereira, presidente do Irga (Instituto Rio-Grandense do Arroz), diz que há algumas preocupações.
Esse preço atrativo do mercado interno retira a competitividade do arroz brasileiro no mercado externo.
Com isso, a estimativa de exportação de 1,2 milhão de toneladas de arroz nesta safra foi reavaliada. "Será muito bom se conseguirmos 800 mil", diz ele.
Outra preocupação é que o preço interno fica atraente para argentinos e uruguaios, que devem elevar as vendas para o mercado brasileiro.
Os produtores brasileiros, capitalizados, estão participando pouco do mercado, uma vez que muitos deles também plantaram soja, produto com maior rentabilidade e que está sendo comercializado neste período.
A entrada de arroz do Mercosul no mercado brasileiro e o adiamento das vendas pelos produtores nacionais poderão derrubar os preços no segundo semestre, segundo Pereira.
Além disso, a manutenção desses preços com remuneração e o clima favorável poderão elevar a área da próxima safra. Isso preocupa porque pode derrubar os preços, afirma o presidente do Irga. Ele recomenda o plantio de parte da área com outras culturas, como a soja.
A safra deste ano fica entre 7,8 milhões e 7,9 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul. A produtividade é de 7.500 quilos por hectare.
O mercado externo está com queda de preços neste período do ano, devido à presença menor da China.
Veículo: Folha de S.Paulo