Em Fortaleza, 77% dos consumidores escolhem uma farmácia pelo preço. Contudo, à medida que buscam economizar, pagam mais caro. Isso porque grande parte prefere medicamentos de marca, em detrimento dos genéricos. Os são da pesquisa “DataFolha/ICTQ – Instituto de Pós-Graduação para Farmacêuticos”, que foi realizada em doze capitais brasileiras.
Enquanto no País, apenas 25% optam por remédios de marca, na Capital, esse índice sobe para 47%.
“Ainda existe uma indicação médica muito forte para esses medicamentos. O médico, por causa benefícios que recebem dos laboratórios, acabam induzindo os consumidores a gastar mais”, ressalta o diretor executivo do Instituto, Marcus Vinicius Andrade. Para ele, não há motivos para desconfiança. Pois, assim como todos os medicamentos, os genéricos passam por uma bateria de testes realizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para poder comprovar sua eficácia e também segurança.
Bioequivalência
Um teste importante citado por Marcus Vinícius é o de bioequivalência, que consiste na demonstração comprovada de que o remédio genérico e o seu respectivo medicamento de referência (de marca) apresentam a mesma qualidade, eficácia e segurança no tratamento terapêutico do paciente.
Segundo informa o diretor executivo, os medicamentos genéricos tem um preço menor porque neles não estão embutidos os anos de custos com pesquisa e desenvolvimento do princípio ativo (substância responsável pela eficácia e qualidade de um tratamento terapêutico).
“Medicamentos de marca é aquele com princípio ativo inovador produzido por um laboratório, com exclusividade, até a quebra de patente da formulação terapêutica. Os genéricos contam como mesmo princípio ativo que os de marca e são produzidos a partir da quebra de patentes. Logo, apresentam os mesmos efeitos”, esclarece.
Descontos
Na opinião do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma-CE), Antônio Félix, a procura pelos medicamentos de marca é maior porque os consumidores acreditam que são mais eficazes.
O presidente reforça a pesquisa do ICTQ dizendo que, atualmente, as pessoas buscam preços baixos. Com relação aos descontos oferecidos pelas farmácias, diz que só valem para os genéricos. “Os laboratórios já nos repassam com descontos de até 60% e, por isso, a gente vende mais barato. Para os medicamentos de referência não há abatimento”, destaca.
Outras prioridades
Depois do preço, os critérios mais importantes citados pelos fortalezenses na hora de escolher a farmácia são: a localização do estabelecimento (72%) e o atendimento dos vendedores (44%). A pesquisa “DataFolha/ICTQ” foi feita em dezembro do ano passado. Ao todo, foram 1.611 entrevistados, sendo 110 em Fortaleza.
Veículo: Diário do Nordeste