Da indústria sucroalcooleira projeta aumento de 10,67% na moagem da safra 2013/2014, na comparação com o volume de matéria-prima disponível na safra passada, chegando a 589,6 milhões de toneladas beneficiadas. Além do aumento da área plantada, a cana processada nesta temporada é considerada de melhor qualidade. Tais fatores, pelas projeções do setor, permitirão aumento de 14% na disponibilidade de cana para produção de açúcar e álcool. As informações foram divulgadas ontem pela União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica).
 
A área plantada para esta safra expandiu 6,5% e, pela contas do setor, a renovação dos canaviais, e as perspectivas de melhores condições climáticas, elevará a produtividade por hectare em 7,67%, resultando no potencial de transformação 14% superior ao da safra passada.
 
Do total da moagem de cana-de-açúcar para a temporada 2013/2014, a Unica estima que 46,22% serão destinados à fabricação de açúcar, chegando a 35,5 milhões de toneladas do produto, um volume 4,1% superior ao verificado na safra passada (34,1 milhão de toneladas). Já o volume de etanol deve atingir 25,37 bilhões de litros, uma alta de 18,77% na comparação a temporada passada (21,36 bilhões de litros). 
 
Embora a moagem da safra 2013/2014 tenha iniciado oficialmente em março,  muitas das plantas não conseguiram processar a matéria-prima devido as chuvas do início das colheitas. Segundo Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica, por esse atraso não será possível processar toda a produção até o final da primeira quinzena de dezembro deste ano. “Dificilmente conseguiremos compensar este atraso ao longo da safra. Acredito que 3,5% da matéria-prima só será processada na safra 2014/2015”, disse.
 
O diretor da Unica disse ainda que a estimativa para a produção da safra 2013/2014 pode ser reduzida devido a dificuldades financeiras pelas quais passam algumas usinas.
 
Segundo ele, 11 unidades que processam cana-de-açúcar podem deixar de operar por causa de dívidas. Se isso se confirmar, a capacidade de moagem pode ter uma perda de 18 milhões de toneladas. “Muitas das usinas encontram-se em situação financeira complicada e não fizeram a manutenção adequada dos canaviais. A safra vai depender muito do que estas usinas conseguirão fazer”, disse Rodrigues.
 
Para esta temporada são esperadas apenas três novas usinas, número bem inferior ao de temporadas passadas, quando até 30 novas unidades passaram a funcionar.
 
 
Incentivos não influem em preços
 
A Unica reafirmou ontem que os incentivos concedidos ao setor pelo governo não irão refletir em preços menores do combustível para o consumidor final. “O preço do etanol para o consumidor dificilmente cairá. Se o preço cai, a demanda sobe, puxando os preços para cima novamente. Ainda há uma grande disparidade entre oferta e demanda”, disse o diretor técnico, Antonio de Pádua Rodrigues.
 
Ele considerou positivas as medidas do governo, que na semana passada anunciou um pacote de desoneração e crédito subsidiado para o setor. Entretanto, enfatizou, ainda que a oferta de etanol cresça, dificilmente haverá paridade entre o preço deste combustível com o da gasolina. “O etanol ficará no limite de 70% do preço da gasolina”, comentou.
 
 Uma das medidas anunciadas, que passa a valer amanhã, é o aumento de 20% para 25% da mistura de etanol na gasolina. Para a Unica, essa elevação permitirá ao País reduzir as importações de gasolina em 1 bilhões de litros.


Veículo: Diário do Comércio - SP