Redes mineiras são destaques no país

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Lista elaborada pela Abad leva em consideração contribuição de cada empresa para faturamento do setor .

Das 471 empresas participantes da edição 2013 - base 2012 da pesquisa da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), que lista as principais redes nacionais em distribuição e entrega no Ranking Abad/Nielsen, 16 são mineiras e três estão entre as cinco maiores do país. Apesar de ter perdido a primeira colocação alcançada na pesquisa do ano anterior, a Martins Comércio e Serviços de Distribuição, com sede em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, apareceu em segundo lugar, ficando atrás somente da carioca Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos S/A.

A lista leva em consideração a contribuição de cada empresa para o faturamento do setor. Em 2012, o faturamento do segmento nacional chegou a R$ 178,5 bilhões, o que equivale a um crescimento real de 2,5% em relação a 2011. Durante a apresentação dos resultados para os associados em encontro realizado ontem em São Paulo, o presidente da entidade, José do Egito Frota Lopes Filho, destacou que o resultado está atrelado a uma parcela de 51,9% da movimentação dos itens de consumo básico das famílias brasileiras por parte dos agentes de distribuição.

Somente a Profarma faturou R$ 3,907 bilhões em 2012, um crescimento de 17,8% sobre os R$ 3,317 bilhões computados no ano anterior. A empresa avançou no ranking, de segundo lugar em 2011 para o primeiro em 2012.

O Grupo Martins registrou um faturamento de R$ 3,812 bilhões no ano passado, resultado 11% superior ao de 2011 - R$ 3,434 bilhões. Apesar do desempenho positivo, o atacadista mineiro caiu do topo da lista para a segunda colocação de um exercício para outro.

Os terceiro e quarto lugares também foram ocupados por atacadistas do Estado: Tecidos e Armarinhos Miguel Bartolomeu S/A (Tambasa), de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com faturamento de R$ 1,56 bilhão em 2012, e Megafort Distribuídora Incorporação e Exportação Ltda, (Contagem) que faturou R$ 1,153 bilhão no mesmo período, respectivamente. Ambos mantiveram as posições alcançadas em 2011.

Outro destaque foi a P. Severini Netto Comercial (Atacado Vila Nova), de Poços de Caldas, no Sul de Minas, com faturamento de R$ 638 bilhões, em oitavo lugar. No ranking do ano anterior a empresa havia ficado na décima primeira posição. Já a Pastifício Santa Amália S/A, da Capital, perdeu colocação na lista, da oitava posição em 2011 para o 14º lugar no exercício passado, com faturamento de R$ 563 milhões.

Cinturão - O pesquisador da Fundação Instituto de Administração (FIA), Nelson Barrizzelli, explica que o perfil do setor atacadista em Minas Gerais e no restante do Sudeste é de "exportador" desse tipo de negócio e que as empresas da região, juntamente com as situadas no Centro-Oeste do país, formam um cinturão que fomenta o crescimento do país.

"O crescimento daqui para frente ocorrerá mais expressivamente no Nordeste, muito em função da interiorização do consumo, mas o setor não deixará de se expandir também na chamada parte Sul do país, onde já está consolidado inclusive. O crescimento é mais expressivo em uma parte, mas possui mais peso em outra", afirma.

Segundo o presidente da Abad, o faturamento de R$ 178,5 bilhões alcançado pelas empresas em todo o Brasil no ano passado se justifica por uma série de fatores, entre os quais se destacam a própria interiorização, o aumento do consumo das famílias e o lançamento de produtos.

"Há algumas incertezas no cenário nacional que podem trazer alguma dificuldade, mas as questões positivas aparecem mais fortes e garantirão um ano promissor", aposta Lopes Filho.

A expectativa para este ano, conforme o dirigente, é de que os resultados do setor cresçam até 5% sobre os registrados no exercício passado. Tal otimismo se deve aos mesmos fatores que contribuíram para o faturamento obtido em 2012.

Radiografia - O Ranking Abad/Nielsen é realizado anualmente desde 1995, com o objetivo de fornecer uma radiografia do segmento atacadista distribuidor, a partir de respostas elaboradas pelas próprias empresas. O levantamento é resultado de uma parceria da entidade com a consultoria Nielsen e a FIA. Os dados obtidos permitem visualizar a evolução do segmento e dos negócios realizados pelas empresas no período, bem como suas relações com a economia.

Segundo a consultoria Nielsen, 95% dos pequenos supermercados (de um a quatro caixas) e 40% dos supermercados médios (de cinco a 19 caixas) são abastecidos por empresas atacadistas distribuidoras. O pequeno e o médio varejo são os que mais atendem os consumidores das classes C, D e E, cujo grande crescimento do poder de compra e está mudando o perfil do consumo no país.

Além disso, conforme dados da Abad, o segmento atacadista distribuidor movimenta cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e é responsável pelo abastecimento de mais de 1 milhão de pontos de venda em todo o país. A entidade representa mais de 3.000 empresas de todo o Brasil, que comercializam produtos alimentícios industrializados, candies, bebidas, produtos de higiene pessoal, limpeza doméstica, produtos farmacêuticos, de perfumaria, papelaria e material de construção, entre outros.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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