Arranjos novos nos pontos de venda

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Na loja, a consumidora experimenta batom, rímel e blush encarando uma imagem pessoal, projetada em terceira dimensão. Outra experimenta e combina roupas sem precisar vestir. Basta simular em frente ao espelho, interativo. Mais um potencial comprador aproveita o conforto de sofás em uma livraria para ler durante horas. Ainda toma um café especial, experimentando a safra especial de grãos produzidos em área específica do cerrado mineiro. Nada disso é futuro. São alternativas possíveis e presentes, incorporadas em categorias de sensações e experiências estimuladas pelas novas lojas.

Os pontos de venda vivem, já hoje, a ebulição dos novos desafios de integração de tecnologias e estratégias gerenciais. Efeitos são sentidos no mercado promocional. "O setor vem crescendo a dois dígitos", assegura Auli de Vitto, diretor da Forma Editora, empresa responsável pela Brazil Promotion Road Show, evento que reúne, em várias capitais, os maiores fornecedores do setor no país. A principal feira do calendário, realizada em São Paulo, em agosto, sinaliza a tendência de adoção de inovações no cenário futuro dos pontos de venda. Neste ano, a perspectiva é de apresentação de recursos que apontam a evolução de robôs e de sistemas interativos baseados em projeção de imagens, associados à crescente valorização do design.

Hoje, a mudança de mentalidade na administração do espaço, para enfrentar ondas da concorrência crescente, representa o maior desafio da gestão de pontos de venda. O empresário deve levar em conta o fato de que o consumidor deve ser motivado a ir a uma loja. Na prática, dada as condições oferecidas pelo ambiente do comércio virtual, quase ninguém precisa sair de casa para fazer compras. Há novos significados a preencher, como fazem os shoppings, que deixam de ser centros de compra para funcionar como a praça do século 21.

As tecnologias estão disponíveis, assim como novos recursos de iluminação, de apresentação de produtos, de decoração e de mobiliário. Lojas não serão mais lugares onde as pessoas apenas compram alguma coisa. "São ambientes de experiências sensoriais", define Ana Cláudia Costa, diretora executiva da Popai Brasil, associação internacional especializada em estudos sobre o varejo. Lugares onde as pessoas convivem e têm contato com marcas.

"O varejo deve funcionar como um laboratório de ideias", reforça a consultora. De fato, a criatividade é ingrediente essencial na fórmula da criação e gerenciamento dos espaços de interação do consumidor com os vendedores de produtos. Para Ana Cláudia, a cada três anos as lojas terão de passar por uma reconfiguração geral. Do visual à incorporação de novas tecnologias e recursos de apoio às vendas.

O empresário enfrentará, na prática da administração do comércio, o desafio de gerar os novos ambientes, que funcionam "como ponto de encontro do intangível com consumidores e vendedores". Lugares motivadores, capazes de dizer para o consumidor: "entre e sinta o clima". Complicado? As lojas da Apple são o exemplo mais comum deste processo. Nas unidades espalhadas nas principais cidades do mundo, as pessoas são estimuladas a experimentar os produtos, interagir com as novidades, com o design e com os recursos oferecidos. Fechar a compra importa menos do que sair da loja com sensações positivas em relação aos produtos e à marca.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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