Em razão do frio, o calendário das hortaliças é diferenciado no Rio Grande do Sul: a capacidade de cultivo de alguns produtos é limitada de forma cíclica pela baixas temperaturas. E isso é sentido pelos consumidores na hora das compras.
– As hortaliças são cultivadas em diferentes épocas do ano e isso provoca oscilações nos preços. Quando tem alguma intempérie, os preços sobem. A oscilação é natural e histórica – avalia o engenheiro agrônomo da Emater Antônio Conte.
Em 2013, a produção do tomate foi afetada por doenças no Estado, mas nada comparado à quebra registrada no centro do país em decorrência do excesso de chuva – com reflexo nos preços.
– Neste ano, muitos agricultores conseguiram recuperar um pouco o prejuízo – diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul, principal região produtora de hortaliças do Estado.
Ao contrário da maioria das hortaliças, porém, itens como repolho, espinafre, couve-flor e brócolis costumam registrar queda nos preços no inverno, segundo o gerente técnico do Ceasa, Amauri Pereira. A produção de folhosas é afetada, normalmente, pela geada, pela chuva intensa e por temperaturas abaixo de 5ºC.
– Ao consumidor, resta comprar em menor quantidade e pesquisar preços ou mudar o cardápio, aproveitando produtos da estação – recomenda Marcio da Silva, coordenador do escritório do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV) em Porto Alegre.
Veículo: Zero Hora - RS