Pesquisas do Irga foram feitas com o uso de quatro cultivares em diferentes áreas
Experimentos bem- sucedidos no cultivo de milho em áreas de várzea levaram o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) a incentivar os arrozeiros a investirem no grão. A expectativa do órgão é que, em alguns anos, o milho possa ter o mesmo destaque que a soja conquistou entre os produtores de arroz.
A ideia é dar apoio aos agricultores para que dividam as áreas de várzea entre milho, soja e arroz. A rotação dessas culturas deixa o solo mais fértil e controla ervas daninhas, como o arroz vermelho, de acordo com o engenheiro agrônomo e pesquisador do Irga Rodrigo Schoenfeld.
Neste ano, o instituto testou o desempenho de quatro cultivares de quatro empresas em áreas experimentais em Cachoeirinha, Santa Vitória do Palmar e Cachoeira do Sul e, ainda, em lavouras de produtores de Restinga Seca, Bagé, Camaquã e Santa Vitória do Palmar.
PRODUTIVIDADE ANIMOU ARROZEIRO DE AGUDO
Em Santa Vitória do Palmar, o Irga chegou a colher 233 sacas de milho por hectare, 170% superior à média do Estado, de 86 sacas por hectare, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produtividade média entre as áreas de teste ficou em 190 sacas por hectare, mais do que o dobro da média gaúcha.
Tanto a carência quanto o excesso de água prejudicam a produtividade do milho. Por isso, conforme Schoenfeld, a soja foi a primeira escolha quando se falou em rotação de culturas entre os arrozeiros, por ser uma planta mais resistente. No entanto, se o produtor trabalhar com um sistema de drenagem de solo e com irrigação, o milho terá alto desempenho na várzea.
Em 2012, Jair Buske, de Agudo, resolveu testar o milho plantando o grão em 1,5 hectare. A produtividade, de 180 sacas por hectare motivou Buske a ampliar a área. Este ano, cultivou 3,5 hectares de milho e colheu a média de 173 sacas por hectare.
– Com a irrigação que utilizamos no arroz, o milho tem produtividade alta. É uma fonte de renda adicional – comemora o produtor, que planeja dobrar a área de milho em 2014.
Alternativa para alimentar animais
Para o arrozeiro, ter milho na propriedade é uma boa solução para o produtor que também investe em animais, como na pecuária, sugere o gerente divisão da pesquisa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Sérgio Gindri Lopes.
– Além disso, tendo milho na Metade Sul, desenvolvemos a suinocultura e a avicultura, beneficiando todo o Estado – diz Lopes.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado (Apromilho-RS), Cláudio Luiz de Jesus, a alternativa é positiva:
– Os arrozeiros podem contribuir para o aumento da área para o grão e, com isso, elevar a produção gaúcha.
Veículo: Zero Hora - RS