Goóc lança franquia para reeditar o sucesso

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Após incêndio em fábrica e revés em sua estratégia de distribuição, empresa investe em quiosques em estações de trem e metrô

A Goóc decidiu engrossar o já farto rol de empresas que investem no modelo de franquias para reduzir seus custos de distribuição. A marca de calçado de borracha feito a partir de pneu deve iniciar em julho a prospecção e venda de quiosques de baixo custo instalados em pontos de mobilidade urbana nas grandes cidades - estações de trem e metrô, rodoviárias e terminais de ônibus.

A expectativa é fazer com que o modelo cresça rapidamente, embora o discurso oficial da empresa seja conservador neste primeiro momento - a proposta é alcançar no mínimo seis unidades até o fim do ano. No médio prazo, contudo, a ideia é destinar aos quiosques a maior parcela da produção anual de sandálias ecológicas, estimada em 1,5 milhão de peças em 2013, além das bolsas e mochilas, vendidas no varejo multimarca, no comércio online da empresa e das compras feitas por meio dos catálogos da Avon.

Internamente, o novo negócio é tratado como uma alternativa barata para equacionar uma questão que vem sendo cara para a Goóc ao longo de seus nove anos de história: a estratégia de distribuição. Seu fundador, o vietnamita Thái Quang Nghiã, hoje fala sem reservas sobre o problema, que somado a um incêndio na fábrica da empresa em Brotas, há dois anos, praticamente sacramentou o fim do negócio.

Após o lançamento do empreendimento em 2004, Thái Nghiã conta que não estava preparado para o início acachapante. "Foi tudo muito rápido, tínhamos a confecção e a fábrica de calçados e havia demanda, mas não tinha oferta. Só conseguíamos entregar 60% das encomendas", conta o empresário, que tomou a dura decisão de encurtar o portfólio e reduzir o faturamento.

De uma forma geral, o varejo não aceitou a readequação da linha e, um a um, Thái Nghiã foi perdendo seus clientes. Para recuperar mercado, em 2010, o empresário investiu R$ 5 milhões em um parque de produção de calçados em Brotas (SP), fábrica que foi destruída em um incêndio, um ano depois. "Perdi tudo. Desde o estoque de produtos e máquinas, até os clientes, porque não pude cumprir os prazos de entrega", conta.

Para recomeçar, o empresário entregou sua produção para fabricantes em Franca (SP) e concentrou ainda mais sua atuação nas sandálias. Neste ano, em que planeja receitas de R$ 12 milhões (crescimento de 50% se comparado a 2012) ele retoma a linha de bolsas e mochilas e é com esses produtos que o empreendedor pretende compor o mix de opções nos quiosques - serão 20 tipos de calçados e 10 de bolsas e mochilas. "No verão, 80% das vendas serão as sandálias. No inverno, 60%", estima o empresário, para quem o alvo de sua marca é o consumidor de classe C.

Análise. Para Adir Ribeiro, presidente da consultoria Praxis, a estratégia de franquear quiosques da Goóc com foco no consumo popular pode ser uma boa ideia de Thái Quang Nghiã. O produto, segundo Ribeiro, vem mostrando nos últimos anos que tem potencial. "Passar por esses problemas e continuar acertando o que deu errado mostra amadurecimento, o franqueado gosta disso", conta.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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