Klabin busca inovações para conquistar mercados

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A Klabin têm planos ambiciosos em relação ao mercado externo em 2009. Mesmo com a crise, a empresa quer ampliar em 30% o envio de papel cartão a seus clientes, inclusive nos países desenvolvidos. A estratégia foi traçada há longo tempo. Como parte dela, há pouco mais de três meses, a Klabin inaugurou em Telêmaco Borba (PR), o projeto de expansão MA-1100, que elevou a capacidade de sua unidade de 700 mil toneladas para 1,1 milhão de toneladas/ano de papel e cartão. O investimento de R$ 2,2 bilhões foi o maior da história da empresa e fez da unidade a maior do país no setor. O segmento de papal cartão responde por 30% da receita da companhia.

 

Nos últimos anos, a Klabin, que é maior fabricante e exportadora de papéis do Brasil, tem intensificado os gastos com pesquisa e desenvolvimento não apenas no segmento de papel cartão, como também em segmentos como o de sacos industriais.

 

"O aumento de capacidade foi muito importante. Mas o nosso grande desafio é fazer com que esse aumento de capacidade seja absorvido pelo mercado. Por isso preciso de um cartão com uma perfomance superior, melhor e mais competitivo", informou o gerente comercial da área de cartões, Edgard Avezum Jr.

 

Segundo ele, o MA-1100 foi fundamental para continuidade do desenvolvimento do papel cartão produzido pela empresa, processo iniciado dois anos antes. O projeto teve como foco o papel cartão, produto de maior valor agregado no setor de papel e celulose. Os cartões da Klabin são inovadores pela combinação de fibras longas (advindas do processamento da madeira pínus) e curtas (eucalipto), agregando as melhores qualidades de ambas: resistência e capacidade de impressão.

 

"A inovação do cartão tem se baseado na redução de sua gramatura, o que possibilita entregar o produto com a mesma propriedade mecânica, mas com um peso menor. Isto significa que o metro quadrado do cartão vai custar menos. Além de mais econômico é um produto mais adequado ambientalmente. Também melhora as características de impressão, o que torna a embalagem mais atrativa para o consumidor final", acrescentou.

 

Segundo ele uma embalagem de sabão em pó, que antes era feita com um papel de 360 gramas por metro quadrado, passou a ser fabricada com um de 320 gramas por metros quadrados. "Para cada tonelada utilizada para fabricar esta embalagem eu vou ter uma economia significativa".

 

O diretor da área de cartões da Klabin estima que em 2008 as vendas internas e as exportações de cartão devem ter uma expansão de 35%. Em relação a 2009, não arriscou palpite sobre as perspectivas de expansão. Mas a aposta é que, tanto o mercado nacional quando o mercado externo devem continuar consumindo fortemente embalagens de papel cartão. "O segmento de alimentos e bebidas tem um peso de 50% no consumo destas embalagens. Incluindo os setores de higiene e limpeza esta participação sobe para 2/3 do total da demanda. São segmentos que devem sofrer menos que os de produtos duráveis. Admito que o cenário ainda é incerto, mas estamos otimistas.

 

SACOS INDUSTRIAIS. Com uma participação de 13% na receita da Klabin, o segmento de sacos industriais também vem recebendo investimentos em P&D nos últimos anos.
Segundo o diretor da unidade de sacos industriais, Antonio Andrucioli, nos últimos três anos sua área de negócios investiu cerca de US$ 55 milhões em novas máquinas e na modernização de das já existentes.

 

Estes gastos permitiram um aumento da capacidade de 50 milhões de unidades para 75 milhões de unidades por mês. A atualização tecnológica permitiu à Klabin lançar no mercado um produto inovador, uma nova embalagem para farinha. Trata-se de um saco para 25 quilos de farinha de trigo, que utiliza papel de alta resistência e permite impressão em até oito cores. "O produto foi apresentado no início de 2008 e tem tido grande aceitação.

 

No começo deste ano fizemos uma parceria com o Moinho Paulista (empresa que atua no segmento de moagem de trigo e que detém a marca Farinha Nita) para testarmos a viabilidade e eles decidiram implantar a nova embalagem em sua linha de produtos", informou Andrucioli. Segundo ele, para desenvolver este produto a Klabin fez parceria com a Haver & Boecker, fabricante de equipamentos para ensacamento e selagem.

 

Segundo o diretor da área de sacos industriais, o produto tem grande potencial de expansão já que proporciona menor desperdício na hora do envazamento, além de ter um processo mais higiênico. A selagem por ultra-som realizada nas válvulas externas dos sacos de papel Klabin garante um fechamento seguro e eficiente. Sem vazamentos, o sistema elimina a perda de produto e os custos adicionais de mão de obra, permitindo um ambiente de trabalho mais limpo, seguro e adequado.

 

Para Andrucioli o novo produto, desenvolvido para que os clientes possam se diferenciar em seus mercados de atuação, é o resultado do investimento contínuo da empresa em pesquisas e aprimoramento constante de seus produtos e serviços.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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