Empresários do Egito querem negociar com brasileiros

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São Paulo - A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira realizou, no dia 8, a "Rodada de negócios Brasil - Egito". O evento contou com reuniões das quais participaram empresas egípcias que compuseram a delegação oficial que acompanhou o presidente do Egito, Mohammed Mursi, em sua visita ao Brasil. A iniciativa é resultado de uma parceria com o Consulado Comercial da República do Egito em São Paulo.

De acordo com o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, vão participar de 25 a 30 empresas egípcias "interessadas em exportar, importar e formar parcerias estratégicas". Entre elas, encontram-se Aman & Safety Group, Magrabi Agriculture, Nile Group Co., Delta Holdings, Al-Mansoura Richland, Solb Misr, Sour & El Maghraby (MMID), Grantech Group, Elgazeera Academy, Insprecta International, BG Group Business e Ecita Arbitration Centre.

Os setores contemplados pela delegação empresarial são autopeças, agroindústria (frutas, legumes, cereais, açúcar, carnes e tecnologia agrária), cimento, educação e formação acadêmica, energia verde (eólica/ solar), fertilizantes, gás natural, investimentos (empresas, mercado imobiliário/ demais ativos e startups-novas empresas), reciclagem de detritos sólidos, siderurgia (minérios e aço), TI e telecomunicações.


Comércio - "Trata-se de uma oportunidade para alavancar ainda mais o comércio e para conhecer os novos players do mercado egípcio. A intenção é proporcionar ao empresariado nacional conhecer as oportunidades de negócios com o Egito e vice-versa. O país é um dos maiores mercados árabes para o Brasil. Além disso, o Egito é estratégico nas relações comerciais com o Oriente Médio, norte da África e África Oriental, com quem o país mantém acordos de livre comércio", acrescentou Alaby.

O Egito alterna com os Emirados Árabes Unidos a posição de segundo principal destino das exportações brasileiras ao mundo árabe, atrás apenas da Arábia Saudita. Em 2012, foram quase US$ 3 bilhões, o que representa um crescimento em relação a 2011 e aproximadamente 20% do total exportado pelas empresas brasileiras aos árabes.

Os principais itens embarcados foram açúcar, carne bovina, minério de ferro, carne de frango, fumo, trigo, chassis com motor para veículos, motocompressores e gado em pé. Os cereais também são destaque na pauta. O milho, por exemplo, foi protagonista no ano anterior, passando de US$ 134 milhões para US$ 491 milhões, demonstrando um salto de 264%.


Exportações - "O Egito se manteve com importações crescentes. Isso porque o país tem que garantir alimentos à população. Dessa forma, um grande comprador desses alimentos tem sido o governo e essa é uma das principais razões para a manutenção desse patamar", explicou o CEO e diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby.

Por outro lado, o Egito foi o oitavo maior fornecedor do Brasil entre os países árabes no ano passado, com US$ 251,5 milhões em negócios. Os principais itens da pauta foram ureia, superfosfato, pneus, vidro, chapas de polietileno, aparelhos de barbear, cimento, algodão e fios de algodão, parafina e produtos médicos.

O Brasil recebeu o presidente do Egito pela primeira vez. Enquanto a delegação empresarial participou da rodada de negócios em São Paulo, o chefe de Estado se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, também no dia 8.


Visita - Além dos empresários egípcios, Mursi veio acompanhado do chanceler, Mohamed Kamel Amr. Ele também teve encontros com representantes do setor produtivo nacional na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O objetivo de Mursi, além de conhecer as políticas sociais e de geração de emprego do Brasil, é intensificar e diversificar as relações comerciais.

Mursi foi o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito após 30 anos de regime de Hosni Mubarak, que renunciou em 2011 em meio aos protestos da Primavera Árabe. Entre os principais desafios do mandatário que assumiu em meados do ano passado está a estabilização socioeconômica de seu país. Nesse sentido, a visita ao Brasil teve foco importante nas questões políticas e sociais.

O porta-voz do governo egípcio, Ehab Fahmy, disse recentemente à agência de notícia oficial do país árabe, Mena, que o objetivo da viagem é fortalecer os laços nas áreas comercial, econômica, industrial e para atrair mais investimentos brasileiros. O presidente veio acompanhado de vários de seus ministros, de pastas como as das Relações Exteriores, Investimentos, Cooperação Internacional, Energia, Ação Social, Agricultura e Abastecimento.

O Brasil foi o último integrante do grupo Brics visitado por Mursi, que já esteve na Rússia, Índia, China e África do Sul, os quatro outros membros. Em entrevista a um jornal indiano em março, o presidente disse que espera que um dia o Egito venha a fazer parte do bloco, criando o "E-Brics".



Veículo: Diário do Comércio - MG


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