Buenos Aires - Equipe de economistas do governo argentino discute internamente um documento que reconhece o desvio de comércio na relação bilateral com o Brasil e mostra que 70% das importações barradas na alfândega argentina são de origem brasileira. A informação não é nova e o Brasil já reclamou ao sócio do Mercosul em reiteradas oportunidades. A novidade é que os próprios economistas de Cristina Kirchner admitem o problema.
Segundo informação publicada pelo jornal "Bae", o relatório interno que circula no Ministério de Economia, desde que as Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (Djai) entraram em vigor, em fevereiro de 2012, 70% das importações barradas são de produtos fabricados no Brasil. O relatório também confirma que importante parte do que a Argentina deixou de comprar do Brasil, comprou da China, Estados Unidos e União Europeia (UE).
Em 2012, enquanto os demais países ganharam mercado na Argentina, o Brasil foi o único país que perdeu com o sócio, inclusive nos números oficiais argentinos. A Argentina passou de um déficit comercial de US$ 4,6 bilhões com o Brasil para US$ 1,2 bilhão. As importações de produtos brasileiros por parte da Argentina recuaram 18%, a US$ 3,9 bilhões.
Com a China, o déficit para a Argentina, no mesmo período de 2012, comparado com o ano anterior, aumentou de US$ 4 bilhões para US$ 4,5 bilhões. Com o Nafta, que inclui Estados Unidos, Canadá e México, o déficit argentino subiu de US$ 3,342 bilhões para US$ 4 bilhões. A Argentina perdeu o superávit de US$ 2,5 bilhões que tinha com Europa e passou a ter déficit de US$ 561 milhões.
Veículo: Diário do Comércio - MG