Dada a crescente presença dos itens importados no mercado nacional e os impactos que tais produtos representam para as relações comerciais, a Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) realizou Pesquisa de Opinião do Comércio Varejista sobre o assunto. Para o consumidor, a qualidade é a principal vantagem na aquisição de uma mercadoria fabricada em outro país. Já para o empresário deste setor, os preços competitivos são os maiores atrativos.
A pesquisa consultou 300 empresários no período de 8 a 12 de abril e levou em consideração a descrição das empresas, a presença/ausência de produtos importados, as vantagens dos produtos vindos do exterior e a preferência pelos itens. "Juntamente com a área de Comércio Exterior da entidade, queríamos entender o comportamento do comércio varejista, principalmente no que se refere às micro e pequenas empresas quanto à importação", explica o economista da Fecomércio, Gabriel de Andrade Ivo.
Segundo o estudo, os empresários acreditam que a principal vantagem em se comercializar produtos importados para os consumidores está na qualidade (48,4%), no preço (35,8%) e na garantia de um mix de produtos diversificados (11,6%).
Já para o próprio negócio, a principal vantagem em se vender produtos vindos de outros países diz respeito aos preços competitivos (34,1%), ao fato de oferecer um mix de produtos diversificados aos clientes (24,7%), aos produtos terem melhor qualidade (22,4%) e à maior rentabilidade de lucros (10,6%).
Segmento - Grande parte das empresas entrevistas pertence aos segmentos de vestuários (32%) e calçados (21,3%), representando 53,3% das empresas pesquisadas. Com menor representatividade apareceram as lojas de esportes e óticas com 5,3% das respostas e de joias e acessórios, com 5%.
Porém, ainda segundo o estudo, a maioria delas não vende produtos importados em suas lojas (63,4%), o que, conforme Ivo, foi uma surpresa entre os resultados. "Foi uma das questões que mais chamaram a atenção", diz.
A principal justificativa, com 52,8% das respostas, foi o fato de a empresa possuir marca própria. Também foram citados como motivos para a não comercialização de produtos importados a falta de demanda (17,6%) e a falta de interesse (14,1%).
Já entre os 36,6% que vendem produtos fabricados no exterior, a freqüência de vendas ocorre diariamente para 58%. Para 25%, freqüentemente e para 14%, raramente. Além disso, a maior parte dos produtos importados e comercializados no comércio varejista abrangido nesta pesquisa é oriundo da China (50,9%). Em seguida estão os itens vindos dos Estados Unidos (14,7%), Itália (13,8%) e Alemanha (4,3%).
O economista da Fecomércio destaca ainda que quando questionados sobre a participação em feiras e rodadas de negócios, a fim de prospectar fornecedores internacionais, a maioria (87,1%) afirmou não participar. "Além de não ter essa cultura, o comerciante mineiro ainda enxerga o comércio exterior como um problema, até mesmo pela burocracia envolvida no processo", analisa.
Veículo: Diário do Comércio - MG