Ganhos com o produto foram de 5% na semana passada e de cerca de 10% no mês de abril .
A semana foi movimentada no mercado internacional do café. As cotações subiram na Bolsa de Nova York para o arábica, que baliza a comercialização mundial do grão, atingindo os níveis mais altos em três meses, com ganhos de 5% na semana passada e de cerca de 10% no mês - tomando por base o contrato julho.
Os temores com a chegada da temporada de frio no Brasil foram destaque da semana, promovendo cautela e movimentos compradores de fundos e especuladores. Uma massa de ar polar chegou nessa semana e as temperaturas despencaram nas regiões produtoras, sem maiores riscos de geadas, mas a menor possibilidade disso, ou de prejuízos com o clima mais frio no cinturão cafeeiro do Brasil, já basta para o "frisson" no mercado. E adiante, em maio, uma nova massa de ar polar chegará trazendo novos riscos a parte das regiões cafeeiras, o que determinou o movimento positivo na semana para os preços internacionais.
Além disso, finalmente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o aumento do preço mínimo do café arábica de R$ 261,69 para R$ 307,00 a saca de 60 kg, o que representa o incremento de 17,3%. O novo valor passa a valer para a safra que está sendo colhida. O mínimo do robusta foi mantido em R$ 156,57 a saca. O valor para o arábica ficou aquém das expectativas do setor produtivo, que esperava algo em torno de R$ 335,00 / 340,00, já que o próprio governo, via Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), apontou o custo de produção médio em R$ 336,00. Os produtores aguardam agora possíveis mecanismos de comercialização do governo, como o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e os contratos de opção. Neste mês, o CMN deve aprovar voto com a divisão dos recursos do Funcafé para aplicação na temporada - entre custeio, colheita, comercialização e estocagem -, com o orçamento sendo indicado em torno de R$ 3,1 bilhões.
No Brasil, o mercado físico teve aumentos nos preços do arábica, principalmente, seguindo os ganhos de Nova York. No balanço da semana, no Sul de Minas Gerais, o arábica bebida dura subiu de R$ 307,00 a saca para R$ 318,00, acumulando valorização de 3,6%.
Exportações - As exportações totais brasileiras de café em abril de 2013 chegaram a 2,694 milhões de sacas de 60 quilos, tomando por base o volume de café verde (robusta e arábica) e industrializado (torrado e moído e solúvel) embarcado. Os embarques ficaram 34,4% acima de igual mês do ano passado, quando 2,005 milhões de sacas foram negociadas. Os dados partem do levantamento mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O volume exportado em abril foi o maior dos últimos três anos para esse mês.
Contudo, a receita com as exportações de café de abril foi de US$ 480,561 milhões, tendo declínio de 1,5% no comparativo com abril de 2012 (US$ 488,061 milhões). O preço médio obtido com as vendas em abril de 2013 foi de US$ 178,37 a saca, 26,7% a menos que no mesmo mês de 2012 (US$ 243,39 a saca).
O diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga, comenta que "esse aumento no volume exportado se deve em grande parte pelo o fato de que o produto vem recuperando seu ritmo normal de comercialização, em relação aos atrasos que sofreu no ano passado, decorrente das chuvas nas regiões produtoras. Agora, esse café está sendo escoado, gradativamente. Além disso, a receita também vem apresentando melhoras paulatinas, ficando apenas um pouco abaixo da registrada no ano passado por conta das oscilações sofridas no preço médio do produto".
Veículo: Diário do Comércio - MG