2009 vai ser o ano do marketing pelo celular

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O ano de 2009 será a vez do marketing via celular, que pode usar desde os portais wap até a tecnologia bluetooth. Assim, diferente do restante do mercado publicitário, as agências do chamado "mobile marketing" esperam um crescimento vigoroso em 2009. Estimativas extra-oficiais da Mobile Marketing Association (MMA) são de que o mercado movimentou R$ 150 milhões no ano passado e, para este, há quem aposte em aumento de 50%.

 

No mundo, este mercado já chega a US$ 4,5 bilhões, com possibilidade de US$ 10 bilhões a US$ 24 bilhões em 2012. "Independente do ponto de partida e dos relatórios de consultorias, todos apontam para crescimento consistente acima de 50% até 2010 e, a partir daí, de 30%", diz Terence Reis, diretor da MMA Brasil.

 

Ele lembra que existe um risco, em 2009, para todas as mídias, com redução da verba publicitária. E que há quem acredite que as marcas vão concentrar mais verbas em mídias tradicionais, enquanto outros apostam no digital, que é mais fácil de ser mensurável. "O marketing pelo celular estaria, neste cenário, favorecido pela altíssima penetração de telefones celulares em todas as populações e segmentos".

 

Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) existem hoje no Brasil 147 milhões de usuários de celular - crescimento de 19,5% em relação a 2007. E, deste total, 80% são pré-pagos. Por isso, uma das formas de uso da tecnologia a favor do marketing é via conteúdo patrocinado. " O pré-pago tem interferência quando se acessa um web móvel site ou wap site e, neste caso, precisa de crédito para trafegar na rede", afirma Alberto Leite, presidente da SupportComm. Ele acredita em um crescimento da empresa de 35% em 2008 e outros 30% neste ano.

 

Entre os serviços oferecidos pela SupportComm está uma revista móvel. Segundo ele, trata-se de um produto direcionado e menos dispersivo, ideal para segmentos como o varejo e o ramo imobiliário. O conteúdo pode ser acessado via bluetooth - quando o usuário freqüenta o espaço físico do dono da mensagem e o arquivo é disparado -, através de um SMS ou por um portal. Leite conta que o conteúdo é todo patrocinado pelo cliente e, portanto, o recebedor não paga para acessá-lo.

 

"Eu acredito na popularização da internet no celular. Se a gente pensar que tem pessoas que têm apenas o aparelho móvel como meio de uso da internet, o potencial é grande", afirma José Geraldo, diretor da Wapja.net. Por isso, a crise econômica mundial é vista como uma oportunidade.

 

Geraldo lembra que apesar de a maior parte dos celulares ser pré-pago e o tíquete médio de gasto por mês ficar em torno de R$ 30, o custo com navegação em cinco páginas de um portal é equivalente ao envio de um SMS. "Portanto, você pode ter mais informação por um preço menor", afirma. Ele acredita que, quando a internet pré-paga estiver em funcionamento - prevista para este ano -, os custos vão ficar mais claros e o usuário navegará mais. E acrescenta que, na África do Sul, o uso é mais comum porque as pessoas sabem quanto custa.

 

Na Wapja.net a maior parte do faturamento vem da produção de sites destinados à navegação pelo celular. Por isso, a empresa desenvolveu um produto que adapta o portal ao tamanho da tela do aparelho telefônico do cliente. Ele lembra que o tráfego de dados é a saída do negócio das operadoras.

 

A presidente da Okto, Ann Willians, acredita em um crescimento rápido do setor. Segundo ela, os serviços para agências somaram, em 2008, R$ 4 milhões e, neste ano, o faturamento com este tipo de serviço vai dobrar. Mas ainda é muito pequeno do total do faturamento da empresa, estimado em R$ 60 milhões.

 

Na sua avaliação, as companhias telefônicas e outros serviços de comunicação não devem ser muito afetados pela crise e, como a área de marketing "móvel" tem um custo benefício considerado bom, não vai sentir efeitos da turbulência financeira. "Para este serviço, não vamos sentir muito isso", diz.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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