As cotações do trigo subiram no último pregão do ano com os rumores de redução na área plantada no Hemisfério Norte. Segundo informações da agência Bloomberg News, a queda nos últimos meses desestimulou parte dos produtores do Meio-Oeste americano. A expectativa é que a área deverá recuar 5% sobre os 18 milhões de hectares do ano anterior. Com possibilidade de queda na oferta, os preços do cereal com entrega para maio recuperaram as perdas de segunda-feira e fecharam em 617,50 centavos de dólar o bushel (27,2 quilos), valorização de 2,1%.
Os outros grãos acompanharam a alta e também fecharam com valorização no pregão de terça-feira. A soja subiu com a expectativa de que a estiagem prejudique a produção em países como o Brasil, grande exportador da commodity. Os contratos para março fecharam em US$ 9,53 o bushel (27,2 quilos), alta de 0,7%.
Os papéis do milho com entrega em maio ficaram praticamente estáveis, valendo 406,50 centavos de dólar o bushel (25,4 quilos), alta de 0,6%. As informações apontam que a oferta da commodity não será tão abundante em 2009. A China, segunda maior produtora mundial de milho, autorizará a exportação de apenas 500.000 toneladas do grão no ano que vem, a fim de garantir o abastecimento interno. O volume equivale a cerca de 10% do comercializado internacionalmente nos últimos anos.
A Cofco Ltd., a Jilin Grain Group Co. e três empresas menores receberam licenças para exportar, disseram fontes próximas, que preferiram não ter seus nomes divulgados devido ao caráter confidencial do assunto. Essa quantidade de milho é avaliada em cerca de US$ 73 milhões nos preços atuais. Outras licenças serão emitidas no ano que vem se o governo julgar necessário, disseram as fontes.
Previa-se que a China, que anteriormente estudava a possibilidade de autorizar a exportação de 5 milhões de toneladas de milho em 2009, emitiria menos licenças a fim de controlar os preços e assegurar o abastecimento interno. A cota de 500.000 toneladas representa menos de 1% do mercado internacional de milho.
"Isso é muitíssimo menos do que o mercado previa, e representa praticamente nada'''', disse Nie Ben, diretor da Shanghai Continent Futures Co., por telefone a partir da cidade chinesa de Dalian. "Mesmo assim, os preços atuais ditam a possibilidade ou não de serem emitidas licenças (de exportação), e por isso não creio que teremos vendas imediatas ao exterior.''''
A China exportou mais de 5 milhões de toneladas de milho em 2006/07, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Comparativamente, as exportações de milho da China despencaram 96%, para 210.000 toneladas, entre janeiro e outubro deste ano, segundo dados do departamento de alfândega chinês.
Veículo: Gazeta Mercantil