Varejo e fábricas reduzirão margem para manter consumo

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Varejo, fabricantes de equipamentos e consultorias reconhecem que 2009 será um ano desafiador para o comércio de eletroeletrônicos, com estagnação nas vendas de computadores e celulares ­- dois dos itens que mais avançaram nos últimos anos. Em um contexto de crédito escasso e volatilidade do câmbio, o mercado será obrigado a compensar o aumento dos custos de produção com reajustes de preços, situação esperada para o começo do ano.

 

As importações para o Natal foram realizadas antes da crise, com a taxa de câmbio mais baixa. Porém, a partir de janeiro, a valorização do dólar será repassada aos produtos.

 

Mesmo com o repasse, espera-se um recuo nas margens em todos os elos da cadeia. Não será fácil incentivar o consumo de produtos de informática diante de preço mais caro, aperto no crédito, juros maiores e desconfiança do consumidor.

 

Os preços destes artigos devem começar a subir este mês, nos cálculos da consultoria IT Data. Se o dólar continuar acima de R$ 2,30, os preços médios dos monitores, que podem representar até a metade do valor cheio de um computador, devem subir 20% no primeiro mês de 2009, de acordo com a consultoria.

 

A Globex, controladora da rede de varejo Ponto Frio, já começou a reajustar, de forma gradual, os preços dos eletroeletrônicos, principalmente a linha de informática, que teve correção média de 15% a 20%.

 

Segundo presidente da companhia, Manoel Amorim, a combinação de menor disponibilidade de crédito e risco de aumento na inadimplência vai desacelerar o mercado de produtos com componentes importados, especialmente os eletroeletrônicos.

 

A B2W, companhia criada da fusão entre a Americanas. com e o Submarino, deve enfrentar dificuldades este ano. A restrição ao crédito foi apontada como vilã. A companhia terá custos adicionais para obter recursos junto aos bancos para financiar os clientes e provavelmente enfrentará aumento de inadimplência, segundo relatório do Banco Fator.

 

O aumento da concorrência em comércio online, com a adição do Wal-Mart e a previsão de estréia no primeiro trimestre de 2009 de um portal de vendas da Casas Bahia, também provoca uma redução nas margens.

 

Redes médias de varejo, que tiveram mais dificuldade em adquirir estoques até o final do ano, já repassaram a variação cambial e registraram queda na vendas. Na Kalunga, as vendas de eletroeletrônicos caíram 15% em dezembro em relação à evolução observada até outubro. Nesta rede, o reajuste nos preços a partir da segunda quinzena de novembro ficou entre 10% a 12%.

 

Entretanto, há grande interesse de compra de PC pelas classes mais baixas. Pesquisa da IT Data com 800 pessoas que pretendem adquirir um computador nos próximos seis meses destaca que o consumidor aceita pagar mais para ter o produto que lhe atenda, já que há maior conhecimento sobre tecnologia por parte dos usuários.

 

Veículo: Tribuna de Santos


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