Após um ano difícil, com encolhimento de 36% no lucro e perda de quase R$ 40 bilhões no valor de mercado em 2012, a Petrobras deixou o ranking das cem marcas mais valiosas do mundo, informou relatório publicado na noite de ontem pela empresa de pesquisas Millward Brown. Em 2011, a companhia ocupava a 75ª posição na avaliação geral. Na análise na América Latina, a maior estatal brasileira caiu da primeira para a quarta posição entre 2011 e 2012. A marca passou a valer menos que a Skol, da Ambev.
A Petrobras entrou pela primeira vez no ranking mundial em 2010, no 73º lugar - até então as empresas de petróleo não eram avaliadas pela pesquisa. Em 2011 e 2012 ocupou o 75º lugar e agora não está mais no rol das 100 maiores. A metodologia da Millward Brown considera itens financeiros (dados de balanço, valor de mercado) e o peso da marca na visão do consumidor.
Ao fim de dezembro de 2012, a Petrobras somava valor de mercado de R$ 247,79 bilhões, 14% abaixo do apurado em 30 de dezembro de 2011. Ontem, a empresa valia R$ 258,21 bilhões na bolsa.
"O que mais impactou a Petrobras foram os resultados financeiros da estatal em 2012. Mas aos olhos do consumidor, a marca ainda é forte. Para 2013, a questão está em aberto, porque os resultados iniciais de 2013 não foram tão bons [lucro caiu]
, mas há uma expectativa positiva de retomada de alguns indicadores", disse Valkiria Garré, diretora executiva da Millward Brown. O fato de o governo ter segurado o preço dos combustíveis como forma de deter a inflação, diz a executiva, ajudou a explicar a perda de valor da estatal, pois afetou os resultados. O nome Petrobras vale pouco mais de US$ 5,7 bilhões, perdendo 45% da soma em relação a 2011.
No segmento de consumo, as políticas governamentais para criar empregos e estimular a demanda impulsionaram vendas em categorias como alimentos e cervejas em 2012 - com efeito sobre o peso das marcas. Nesse grupo, a Skol foi o destaque positivo na América Latina, enquanto os bancos perderam posição. A marca de cervejas da Ambev registrou um aumento no valor de marca de 39%, já o Bradesco e o Itaú perderam 19% e 39%, respectivamente.
"A Skol continua sendo um fenômeno de marca de cervejas no país e vale US$ 6,5 bilhões. A Brahma vale US$ 4 bilhões", disse. O valor das dez maiores marcas de cervejas do mundo cresceu 36% e atingiu US$ 63 bilhões em 2012. "O setor se beneficiou do crescimento de vendas na América Latina e na China", informa o estudo.
"Já em relação aos bancos, algumas instituições, como Itaú e Santander, sentiram a queda na taxa Selic com efeito sobre o lucro e a pesquisa leva isso em conta", disse a executiva. Para 2013, com a expectativa de alta na taxa básica de juros e manutenção dos controles da inadimplência, a Millward Brown espera que os bancos voltem a ocupar melhores posições.
No ranking mundial das 100 marcas mais valiosas, a Apple, com valor de marca de US$ 185 bilhões, continua sendo a primeira colocada, seguida por Google, IBM, McDonald's e Coca-Cola. A Samsung, uma das rivais diretas da Apple, mostrou um forte resultado, com a 30ª colocação e valor de marca de US$ 21 bilhões, alta de 51%.
Veículo: Valor Econômico