A fabricante de produtos de beleza Coty anunciou ontem que se associou à brasileira Frajo - distribuidora de marcas de cosméticos como Revlon e Ferrari no país - para levar seus produtos mais populares ao varejo nacional. Uma terceira empresa foi criada, a Coty Brazil Retail, para distribuir produtos como os desodorantes Adidas e os perfumes Lady Gaga, Beyoncé e Guess. O acordo amplia a presença da Coty no maior mercado mundial de fragrâncias.
Fundada em Campinas (SP), em 1995, a Frajo distribui cosméticos em 8,5 mil pontos de vendas no Brasil, incluindo perfumarias, drogarias, supermercados e lojas especializadas, como Sephora e The Beauty Box (Boticário).
A Coty - criada na França em 1904 e com sede nos Estados Unidos - já vende seus produtos no país por meio de outras parcerias. Os produtos mais caros, da divisão Prestige, como perfumes das marcas Calvin Klein, Chloè e Marc Jacobs, são distribuídos pela RR Perfumes e Cosméticos. Já a Jequiti, empresa de venda porta a porta do Grupo Silvio Santos, comercializa itens das duas divisões da Coty, como os perfumes da Playboy e da Madonna. As fragrâncias são envasadas no país e comercializadas pelas consultoras da Jequiti.
Antes de licenciar produtos para a Jequiti, a Coty tentou comprar a brasileira em 2012, mas não houve acordo. Em entrevista ao Valor em janeiro, o executivo-chefe da Jequiti, Lásaro do Carmo Jr., disse que Silvio Santos desistiu de vender a companhia. O grupo Coty também fez uma oferta de US$ 10,7 bilhões pela rival americana Avon no ano passado, mas a proposta de aquisição foi recusada.
A Coty vende seus produtos em 130 países e registrou receita líquida de US$ 4,6 bilhões no ano fiscal encerrado em 30 de junho de 2012. O plano da companhia é atingir o patamar de US$ 7 bilhões em 2015. Além disso, pretende levantar US$ 700 milhões a partir de junho com a abertura de capital nos Estados Unidos. Em julho do ano passado, após 11 anos no comando da Coty, o executivo Bernd Beetz deixou o cargo e foi substituído por Michele Scannavini, ex-líder da divisão Prestige.
A venda de fragrâncias cresceu 14% ao ano nos últimos cinco anos no Brasil e gerou R$ 5,4 bilhões (em preço de fábrica) em 2012, segundo a Abihpec, associação do setor.
Veículo: Valor Econômico