Estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre os custos de produção da agropecuária aponta para a necessidade de reajustar os preços mínimos do algodão e do milho. A proposta está sendo analisada pela área econômica do governo. Os preços mínimos para as lavouras de verão serão definidos amanhã, em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), que irá votar as medidas do Plano de Safra Agrícola e Pecuário 2013/14. A expectativa em relação ao reajuste do preço mínimo é maior entre os produtores de algodão, pois o valor está congelado em R$ 44,60/arroba há dez anos. Eles pedem correção de 36,8% no preço, para R$ 61,00/arroba. A Conab propõe R$ 50,58/arroba (+13,41%), levando em conta o custo variável para produzir a pluma, estimado em R$ 50,47/arroba.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, considera que qualquer correção é bem-vinda, mas ressalta que o ideal seria o reajuste integral, o que possibilitaria cobrir o custo de produção e incentivar a retomada do plantio da pluma. Ele lembra que na safra atual houve redução de 35,8% na área de algodão, pois os baixos preços levaram muitos agricultores a optar pela soja e pelo milho. Segundo Pinesso, o preço mínimo na faixa de R$ 50/arroba não será suficiente para impulsionar o plantio, que deve se manter na faixa atual dos 895 mil hectares, bem abaixo dos 1,4 milhão de hectares das duas safras anteriores. Os agricultores já têm compromissos firmados na exportação para entrega futura e "a indústria nacional vai sofrer com a falta de algodão, pois a maioria têm dificuldades em obter carta de crédito".
Veículo: DCI