Alimentos recuam, mas outros itens pressionam IPCA

Leia em 1min 50s

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,37% em maio, após alta de 0,55% em abril e de 0,36% em igual mês do ano passado. A desaceleração foi puxada principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, que, após meses de altas seguidas, finalmente respondeu às quedas dos preços já vistas no atacado desde o início do ano e teve forte desaceleração: o grupo passou de variação de 0,96% em abril para 0,31% para maio. Economistas consultados pelo Valor concordam, no entanto, que o bom comportamento dos alimentos, agora, passa longe de significar que a inflação como um todo também esteja ficando sobre controle.

O ajuste nos preços dos alimentos ajudou a trazer o IPCA de volta a patamares mais razoáveis, e a previsão é que, nos próximos meses, o indicador oscile entre 0,30% e 0,40%. Um IPCA de 0,37% ao mês, por exemplo, como foi em maio, daria uma inflação de 4,5% ao fim do ano - exatamente o centro da meta perseguida pelo governo.

Os economistas, porém, chamam a atenção para o restante da inflação, não associada aos alimentos. "A alimentação é um alívio para o curto prazo, mas, quando se olha mais para a estrutura, vê-se que o processo inflacionário do país não está nada bom", diz Luiz Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC. Ele cita o comportamento dos núcleos, medida que verifica a variação da inflação excluindo tens mais voláteis e que continuou alta (0,5%, na média), e também a alta dispersão. Em maio, segundo o Valor Data, 63% dos itens pesquisados subiram de preço. Sem alimentos, o percentual sobe para 66,7%.

Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, destacou a inflação dos serviços, que voltou a subir ligeiramente. Na passagem de abril para maio, a inflação dos serviços passou de 0,54% para 0,56% e acumulou 8,51% em 12 meses. Excluídas as passagens aéreas, que têm peso grande no grupo e uma sazonalidade muito forte nos períodos de baixa temporada, este número fica ainda mais alto: 0,60% no mês e 8,7% em 12 meses, já maior que os 8,4% com que fechou 2012, também excluídas as passagens, segundo a Tendências.



Veículo: Valor Econômico


Veja também

Sephora puxa expansão do grupo LVMH

Nem morta, Justine Le Sassier compraria uma bolsa Louis Vuitton. "Elas não têm nenhum apelo", afirmou a est...

Veja mais
Melhorias genéticas

Abelhas brasileiras têm sangue africano, são resistentes e estão passando por seleção ...

Veja mais
Centauro investe na venda on-line

Antes da GP Investimentos se tornar sócia da varejista de artigos esportivos Centauro, o lema "Ebitda, juntos ent...

Veja mais
Dia dos Namorados deve ter avanço de 5,9% em Campinas

A Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) prevê que o comércio varejista na Regi...

Veja mais
Conab pode rever cotação mínima de milho e algodão

Estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre os custos de produção da agropecuária a...

Veja mais
Desempenho do setor logístico atrai na Bolsa

O setor de logística listado na Bolsa de Valores de São Paulo é a alternativa de preços aos ...

Veja mais
Lavanderias ganham destaque no setor com pontos de coleta

Com maior intensidade nos últimos anos, o setor de serviços tem ganhado espaço significativo dentro...

Veja mais
Pet shops menores sobrevivem com serviços

Para continuarem inseridas no crescimento do mercado brasileiro de produtos para animais domésticos, que teve fat...

Veja mais
Alimentos pesam no bolso do consumidor

Professora Marly Ribeiro vai substituir o feijão carioquinha pelo fradinhoO aumento dos preços dos aliment...

Veja mais