Computadores, porém, perdem agora espaço para os tablets
O preço dos microcomputadores caiu 61% entre janeiro de 2003 e abril deste ano, de acordo com o IPCA, índice oficial de inflação calculado pelo IBGE.
Outros eletroeletrônicos também ficaram mais baratos nos últimos dez anos, como os televisores, com queda de preço de 67%, segundo o levantamento.
No mesmo período, o custo de vida dos brasileiros aumentou 81%.
Os dados foram compilados pelo IBGE para uma pesquisa encomendada pela multinacional Intel e obtida pela Folha.
Na avaliação de especialistas, a Lei do Bem (2005), que concedeu isenções fiscais a fabricantes nacionais de itens de informática e eletrônicos, é um motivo para a queda dos preços desses dois bens.
O incentivo aumentou a quantidade de empresas produzindo no país, o que trouxe avanços na manufatura e na tecnologia do equipamento, diz Álvaro Leal, da consultoria IT Data.
Entre as companhias que passaram a fabricar PCs no Brasil estão Dell, HP e Lenovo. Muitas fabricantes estão na Zona Franca de Manaus, o que também implica benefícios fiscais.
"Também contribui o fato de boa parte dos componentes usados na fabricação ser importada da China", diz Heron do Carmo, do departamento de economia da Universidade de São Paulo.
Além disso, a explosão de consumo de PCs no país nos últimos anos estimulou o aumento da produção e, assim, a redução dos custos.
Desde 2006, as vendas do equipamento triplicaram no país, chegando a 15,5 milhões de unidades, segundo dados da consultoria IDC.
O Brasil se tornou o quarto maior mercado do mundo.
Esse movimento, no entanto, tem perdido força, com o avanço dos tablets.
A estimativa é que neste ano o mercado de PCs encolha 7,2%.
Veículo: Folha de S. Paulo