Garrafinha de água varia de R$ 0,50 a R$ 2, dependendo do local de venda
Os paraenses deverão gastar um pouco mais na hora de driblar o calor do verão amazônico e se hidratar com bebidas refrescantes, indica o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA). Produtos como refrigerantes, água mineral, água de coco e sucos de frutas sofreram reajuste acima da inflação nos últimos 12 meses, segundo o levantamento feito pelo órgão em bares, supermercados e vendedores ambulantes da Grande Belém. A pesquisa aponta também o aumento das vendas desses itens com a chegada das altas temperaturas.
O órgão identificou alteração nos preços dos refrigerantes em lata (350 ml), que são vendidos a R$ 1,22 em alguns estabelecimentos, mas pode chegar a R$ 3,50 em outros. A variação na água de coco é pequena, sendo encontrada nas praças da cidade entre R$ 2,50 a R$ 3, mas representa um lucro líquido de quase 100% para os comerciantes, revela o Dieese/PA. Já a garrafinha de 300 ml de água mineral, comercializada, em média, a R$ 0,50 nos supermercados chega a quadruplicar de preço nos restaurantes e ambulantes, saindo por até R$ 2. As frutas também estão mais caras e o crescimento foi mais expressivo no cupuaçu, goiaba e abacaxi, com altas de R$ 52%, 34,4% e 34,1%, respectivamente.
Para a autônoma Rosângela Raiol, 36 anos, os sucos e vitaminas de frutas são mais nutritivos. Ela, que está grávida de três meses, ainda não sentiu o impacto dos custos maiores. “Consumo todos os dias por hábito e recomendação médica, ainda mais com o calor aumentando, mas continuo pagando os mesmos preços que no ano passado”, afirma. Manoel Portugal, 24, é estudante e trabalha próximo a uma casa de sucos, que frequenta no intervalo das refeições, horário em que o calor aumenta. “Minha preocupação é em me hidratar e repor as energias, então sempre que estou na rua compro algum líquido, independente do valor”, conta.
DIFERENÇA
A diferença de preços é visível para o motoboy Adriano Costa, 24, que passou a ingerir líquidos com mais frequência depois do fim do período chuvoso. “Nos bairros do Centro, um copo de suco pode chegar a R$ 5, dependendo do sabor e do estabelecimento”, reclama. Mesmo assim, ele e a namorada, a estudante Alessandra Paixão, 18, não abrem mão de comprar para amenizar o calor. “Gosto mais de tomar água de coco, por ser mais barato e mais saudável que refrigerante”, diz ela.
As vendas devem crescer a medida que o clima esquentar, acredita o ambulante Paulo Trindade das Mercês, 58, que trabalha na praça Batista Campos. Desde o mês passado ele vende uma média de 1.500 unidades de côco por semana, cerca de 150 a mais do que no primeiro trimestre do ano. Na barraca dele, a bebida é encontrada a R$ 2,50, enquanto a garrafinha de água mineral custa R$ 1,50 e o refrigerante em lata sai por R$ 3. “Tem movimento o dia todo, mas o pico é por volta das 13 e 14 horas”, observa.
A gerente de uma casa de sucos localizada na avenida Braz de Aguiar, Vanusa Corrêa, percebeu o reajuste nas frutas e só consegue equilibrar as despesas e os lucros porque também produz lanches e pizzas. “A procura aumentou com o calor das últimas semanas no balcão e também por delivery, principalmente das 8h às 14h”, completa. Ela aponta os sucos de laranja e abacaxi como os mais vendidos , mas todos os sabores podem ser encontrados em copos de 300 e 500 ml na faixa de R$ 3,50 a R$ 7, enquanto as vitaminas podem chegar a R$ 10.
Quem produz os sucos em casa também precisou organizar o orçamento, como é a situação da dona de casa Rita Rodrigues, de 35 anos. Ela é mãe de três filhos e optou por criá-los com hábitos alimentares mais saudáveis, cortando refrigerante e utilizando suco de frutas diariamente. No caso da caçula de 1 ano e 8 meses, a pequena Tássia Rodrigues, nem os sucos artificiais são permitidos por causa da alergia a corantes. “Quando vamos passear levo garrafinhas de água e suco, pra evitar desidratação ou consumo de bebidas com água contaminada. Mas se o calor é forte eu compro sem problema”, ressalta.
Veículo: O Liberal - PA