Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que o mês de maio foi de incremento para as exportações de calçados. No mês, foram exportados 8,9 milhões de pares, que equivalem a US$ 86,2 milhões, aumento físico de 18,4% e de 14,3% em receitas na relação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, os embarques de 52,55 milhões de pares geraram receitas de US$ 455,48 milhões, valores 10% superiores em volume e 2,6% em resultado financeiro no comparativo com o mesmo período de 2012. Por outro lado, o preço médio do par, no acumulado, caiu 6,8%, de US$ 9,30 para US$ 8,67.
O resultado positivo das exportações, mesmo com a base de comparação fraca de 2012, ganha ainda mais força quando se verifica uma queda das importações em maio. No mês passado, entrou no Brasil o equivalente a US$ 38,5 milhões em calçados. O número é 28,2% inferior ao registrado no mesmo mês de 2012, quando as cifras chegaram US$ 53,67 milhões.
A queda nas importações no mês de maio, porém, não foi suficiente para recuperar a balança comercial brasileira de calçados, já que no acumulado a entrada de calçados foi superior em 15% (passou de US$ 207,9 milhões para US$ 238,75 milhões). O resultado fez com que a balança comercial brasileira registrasse uma queda de 8,2% no superávit do setor calçadista, fechando com saldo positivo de US$ 216,7 milhões.
Para o presidente executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o resultado, mesmo que positivo, não é um alento para os calçadistas, já que a balança comercial segue negativa. “Além disso, temos uma base de comparação fraquíssima. Em 2012 tivemos o pior resultado em 25 anos de exportações de calçados”, acrescenta. Segundo ele, a preocupação do setor não é com as importações de calçados, condição de uma economia de livre mercado, mas a importação predatória e, muitas vezes, ilegal. “O ano de 2013 continua sendo de bons resultados para os importadores, especialmente de produtos subfaturados provenientes da Ásia”, lamenta o executivo.
O principal destino dos calçados brasileiros no período segue sendo os Estados Unidos. Embora os norte-americanos tenham diminuído em 14,8% suas compras de calçados verde-amarelos, seguiram no topo com 4,5 milhões de pares importados, pelos quais pagaram US$ 70 milhões.
A Argentina, que flexibilizou as licenças para importação de calçados, aparece no segundo lugar. Os “hermanos” pagaram US$ 46,9 milhões para os exportadores brasileiros, 34,3% mais do que no mesmo período do ano passado.
Na sequência, aparecem a França, com US$ 26 milhões em importações do Brasil (queda de 13,2% com relação ao mesmo período do ano passado), Paraguai, com US$ 25 milhões (incremento de 30,8%), e Angola, com US$ 20,3 milhões (aumento de 70,7%).
Entre os destinos do calçado brasileiro, destaque para a Rússia, mercado-alvo do programa de apoio às exportações Brazilian Footwear. Os russos compraram o equivalente a US$ 18,15 milhões, 41,3% mais do que no mesmo período de 2012. A Colômbia, que também faz parte do escopo do programa, importou US$ 16,2 milhões, 28,1% mais do que no ano passado.
Bons negócios também com outro mercado-alvo do Brazilian Footwear, os Emirados Árabes, que, nos cinco meses de 2013, comprou o equivalente a US$ 6,8 milhões em calçados brasileiros, valor 23% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
A maior parte dos calçados exportados segue saindo do Estado. Os gaúchos, que respondem por quase 35% do total exportado em receita, comercializaram 7 milhões de pares, que geraram US$ 160,17 milhões, resultado 4,6% superior em dólares e 14,2% em volume no comparativo com os primeiros cinco meses de 2012.
Veículo: Jornal do Comércio - RS