Queda será puxada pelo café.

O Valor Bruto de Produção (VBP) das lavouras mineiras neste ano deve somar R$ 25,063 bilhões, caindo 8% em relação ao de 2012, quando alcançou R$ 27,251 bilhões. A queda será puxada pelo café, que representa 31,2% do VBP das culturas estaduais e atravessa um período de bienalidade negativa e preços baixos.

A principal commodity agrícola do Estado deve sofrer uma redução de 27,7% no VBP deste ano, somando R$ 7,839 bilhões, em comparação com a do exercício passado (R$ 10,839 bilhões). "Além de a produção deste ano estar em período de bienalidade negativa, os preços também caíram", explica a assessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Márcia Aparecida de Paiva.

O algodão deve sofrer uma redução, neste caso ligada à queda de produção, de 34,5% no VBP deste ano em relação ao de 2012. Nesta comparação, o VBP da cultura deve somar R$ 157,7 milhões frente R$ 240,7 milhões, conforme projeções da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A assessora técnica da Seapa explica que o preço médio do algodão no acumulado deste ano até maio foi cerca de 18% maior do que no mesmo período de 2012, mas uma praga no cultivo e a escassez de chuvas em regiões produtoras está impactando negativamente a produção.

Por outro lado, importantes culturas, como a cana-de-açúcar, milho e soja, que juntas respondem por 45,5% do VBP nos campos do Estado, terão incremento no VBP deste ano em relação ao do exercício anterior, de acordo com as previsões do Mapa.

O VBP da cana-de-açúcar deve encerrar 2013 em R$ 4,655 bilhões, contra R$ 4,594 bilhões em 2012, alta de 1,3%. No caso do milho, o valor apurado no final deste ano deve ficar em R$ 3,439 bilhões, ante R$ 3,181 bilhões no exercício passado, crescimento de 8,1%.

Em relação ao cultivo de soja no Estado, o Mapa prevê um VBP para 2013 de R$ 3,313 bilhões, o que representa um aumento de 3,7% em relação ao de um ano antes, quando totalizou R$ 3,192 bilhões. "O desempenho do VBP destas culturas (cana-de-açúcar, milho e soja) pode criar uma possibilidade de melhorar o resultado global ao fim do ano ou de frear uma queda mais acentuada", afirma Márcia Aparecida.

O tomate, que no começo deste ano se destacou como um dos grandes vilões para a inflação do país, também deve apresentar crescimento expressivo no VBP em Minas ao final deste ano, fechando em R$ 1,422 bilhão, 91,1% a mais que no exercício passado, quando somou R$ 743,9 milhões.

O VBP das lavouras mineiras em 2013 representará cerca de 9,2% do total projetado para o Brasil no exercício (R$ 271 bilhões). Para o cenário nacional, a Mapa projetou um aumento de 9,8% em relação aos R$ 246,9 bilhões registrados em 2012. Os resultados levam em conta os levantamentos da safra de março realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além dos preços pagos aos produtores.



Veículo: Diário do Comércio - MG