Cresce procura por roupas de inverno.

Temperaturas mais baixas muitas vezes são sinônimo de reforçar o guarda-roupa, o que provoca uma corrida de clientes às lojas de vestuário, calçados e acessórios. Porém, neste ano, estabelecimentos do varejo registram resultados bem diferentes. Enquanto algumas lojas observaram em maio crescimento de até 35% nas vendas, na comparação com o ano anterior, outras afirmam que a crise econômica e o elevado índice de endividamento afastaram os consumidores para longe das vitrines.

Quem comemora o bom desempenho é a Colcci, de roupas e acessórios masculinos e feminino, presente em quatro shoppings de Belo Horizonte. Conforme a sócia-proprietária Cléo Lima, o aumento das vendas no mês passado, frente a idêntico período de 2012, foi de 35%. Ela afirma que, normalmente, registra resultados melhores durante as estações mais frias, uma vez que as peças da estação têm preço médio mais elevado.

Ela aponta outros fatores responsáveis pelo sucesso. Entre eles, as novidades da coleção, que agradou, segundo ela, principalmente os homens. Contudo, Cléo Lima ressalta que o carro-chefe continua sendo a tradicional calça jeans. "Aqui, o jeans não tem erro. O cliente chega, experimenta e a grande maioria fecha a compra", relata, acrescentando que, em junho, as vendas continuam mornas, desempenho que deve ser revertido após o quinto dia útil do mês.

Incertezas na conjuntura econômica e um possível receio do consumidor não afetaram a Animale, loja de vestuário feminino e acessórios, do Pátio Savassi, na região Centro-Sul da Capital. O estabelecimento alcançou a meta de manter a estabilidade nas vendas em maio, mesmo com a abertura de duas novas unidades da marca, no bairro Lourdes, também na região Centro-Sul e shopping BH Outlet, no Belvedere, na mesma região.

"A crise, a respeito da qual tanto se fala, não afetou de forma alguma os nossos negócios. Uma das estratégias usadas para manter as vendas em alta é a constante renovação do estoque e a exclusividade das peças. Recebemos itens novos toda semana. Então, se a cliente não comprar naquela hora, dificilmente voltará a encontrar o mesmo modelo", explica o gerente, João Jardim, frisando que as clientes costumam desembolsar tíquete médio de R$ 1,2 mil a cada visita à loja.

Pijamas - As temperaturas mais baixas marcadas pelos termômetros ajudaram a aquecer a venda de pijamas, peça responsável por manter o corpo aquecido ao longo das madrugadas geladas. A sócia-proprietária da Água Fresca Lingerie, com cinco lojas em Belo Horizonte, Juliana Moraes, observou alta de 20% no quinto mês de 2013, frente a idêntico mês do último exercício. Segundo a empresária, além do frio, a variedade de modelos e tamanhos, que vai até o 56, ajudam a impulsionar a procura.

Outra estratégia utilizada pela empresa no início de cada estação são as promoções. Na de inverno, que se estende até 21 de junho, quando a estação começa oficialmente, os clientes que comprarem um pijama ganham também uma camisola. Em junho, Juliana Moraes espera manter o incremento de 20% dos negócios, expectativa justificada em grande parte pelo Dia dos Namorados. "Além disso, acredito que as noites deste inverno devem ser bem frias, o que deve motivar muitas pessoas a ir às compras", enfatiza.



Veículo: Diário do Comércio - MG