O desempenho acima do esperado nas vendas do Dia dos Namorados pode ser um indício da recuperação do varejo no restante do ano.
Na semana que antecede a data comemorativa, entre 6 e 12 de junho, houve um crescimento de 7,72% nas vendas em relação ao ano passado, valor acima dos 5% previstos pela Confederação Nacional dos Lojistas (CNDL), segundo números baseados em dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
A boa performance mostra que reajustes nas projeções para 2013 feitas pelo setor podem não ser justificáveis. O aumento de apenas 0,5% nas vendas do varejo no mês de abril sobre março foi fez com que a Confederação Nacional do Comércio (CNC), por exemplo, revisasse a estimativa de crescimento para este ano.
Divulgado ontem na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice mostrou aumento de 1,6% em relação ao mesmo mês de 2012.
Segundo o economista da CNC, Fábio Bentes, as vendas foram fracas e levaram a entidade a rever as estimativas de crescimento em 2013, fixando em 4,3% a projeção que antes era de 5%.
Bentes atribui à inflação o desempenho decepcionante do varejo. Para os próximos meses, no entanto, a expectativa é de reação, com a desaceleração do processo de alta de preços de alimentos e bebidas, de abril para maio (de 0,97% para 0,31%), como demonstrou o indicador oficial de inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "Da mesma forma que os preços demoraram a cair, irão demorar a subir também. Irá levar de três a cinco meses para o movimento ser repassado ao consumidor final", comenta o economista.
A desaceleração foi mais expressiva em áreas como a supermercadista. O setor manteve queda nesse mês na comparação com março, com recuo de 0,5%.
Veículo: DCI