Dilma: movimento à expansão da África

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Para a presidente, "o mundo nos últimos 10 anos passou por aceleradas mudanças. Respondemos a essas mudanças, mas ainda há muito a fazer."

BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff destacou ontem o "forte movimento" do Brasil em direção à África. O comentário foi feito em discurso na cerimônia no auditório do Palácio do Itamaraty para a formatura da Turma 2011-2013 do Instituto Rio Branco. "A África é uma das regiões que mais crescem no mundo e enfrenta desafios do crescimento", afirmou a presidente.

Sobre a ampliação das conversações no eixo "Sul-Sul", Dilma ressaltou: "Nosso olhar para o sul do mundo vai sendo marcado por repúdio a domínio entre os países". Ela disse que a política externa brasileira tem vocação universalista e justifica iniciativas conjuntas com os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além dos países árabes, ressaltando que iniciativas com países periféricos não afastam o Brasil dos países desenvolvidos.

Mudanças no mundo

A presidente disse que o Brasil se preocupa com as situações de conflito no mundo.

Fez menção às situações da Palestina e da Síria e defendeu o multilateralismo como "condição de afirmação de personalidade própria dos povos".

A presidente lembrou, ainda, que houve recentemente uma forte alteração no cenário internacional. "O mundo dos últimos 10 anos passou por aceleradas mudanças. Respondemos a essas mudanças, mas ainda há muito a fazer", disse. Nesse cenário de desafios enfrentados nos tempos recentes, Dilma comentou que foi preciso enfrentar a crise mundial, agravada a partir de 2008. "Talvez a maior desde 1929. Ao olhar a crise não propomos isolamento e protecionismo, mas consolidação da cooperação".

Vaias na Copa

As manifestações contra o uso de verbas públicas para a Copa das Confederações ocorridas no fim de semana em Brasília e no Rio de janeiro, foram tema, ontem, de reportagens e artigos em jornais de todo o mundo. A imprensa internacional também destacou as vaias recebidas pela presidente na abertura do torneio. Em artigo intitulado "Por que o Brasil e agora?", o El País afirma que a crise repentina criada pela onda de protestos, iniciada em São Paulo e no Rio de Janeiro, causa perplexidade dentro e fora do País. O jornal espanhol levanta uma série de perguntas sobre o porquê de isso estar acontecendo neste momento. Segundo o El País, existe apenas um certo consenso de que o Brasil vive uma espécie de esquizofrenia, que ainda deve ser analisada e explicada.

"O Brasil está pior hoje que há dez anos?", questiona o El País. "Não, está melhor. Pelo menos está mais rico, tem menos pobres e o número de milionários está crescendo. É mais democrático e menos desigual", responde a própria publicação.

A questão também foi tratada em reportagem do Le Monde e intitulada "Crise no transporte provoca agitação social no Brasil". O jornal francês também publicou um vídeo que mostra a polícia dispersando com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha cerca de três mil manifestantes que tentavam se aproximar do Estádio do Maracanã. O jornal também mencionou as vaias recebidas pela presidente Dilma antes do jogo. "A presidente se esforçou para conter sua raiva quando foi anunciada, no microfone, a abertura oficial da 9ª edição do torneio."

O argentino Clarín, que também observou as vaias recebidas por Dilma no sábado, destacou que o jogo inaugural da Copa das Confederações deu início a um "gigantesco" plano de segurança e que, "enquanto centenas de manifestantes eram reprimidos no entorno do estádio Mané Garrincha, pouco antes da partida entre Brasil e Japão, drones israelenses e helicópteros filmavam céu e terra em tempo real".

Os protestos estiveram também no site da agência de notícias britânica BBC



Veículo: DCI


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