O ritmo de consumo das famílias brasileiras seguirá pressionado pela inflação, inadimplência e menor crescimento da renda na segunda metade do ano. A Confederação Nacional do Comércio recalibrou de 4,5% para 4,3% sua estimativa de crescimento do comércio em 2013 após avanço de 8,4% em 2012, E a terceira vez no ano que a entidade revisa para baixo a projeção, que começou em 6,5%, "Agente espera que possa haver melhora a partir do segundo mestre, mas já é fato que teremos um ritmo de consumo muito mais fraco do que no ano passado", afirma o economista Bruno Fernandes, da CNC. Ontem, a CNC divulgou uma melhora da Intenção do Consumo das Famílias (IGF) de maio para junho (+1,9%), após três meses seguidos de recuos. Fernandes explica que o suspiro foi ancorado na fraca base de com: paração com os meses anteriores, mas também em uma leve desaceleração da inflação dos alimentos. "O efeito é imediato na intenção de consumo, porque os alimentos comprometem grande parte do orçamento."
A ICF é composta por sete itens. Quatro deles - emprego atual, renda atual, compra a prazo e nível de consumo atual -comparam a expectativa do consumidor em relação a igual período do ano passado. Os demais itens referem-se a perspectivas de melhoria profissional para os próximos seis meses, expectativas de consumo para os próximos três meses e avaliação do momento atual quanto à aquisição de bens duráveis.
A "perspectiva profissional" foi o único dos indicadores a apresentar variação negativa ante maio (-0,1%). Na avaliação de Fernandes, o mercado de trabalho ainda é um dos pilares da economia e do consumo, mas o menor crescimento real da massa salarial e a lenta recuperação da atividade começam a comprometer a confiança sobre o futuro do emprego.
Veículo: O Estado de S.Paulo