Comércio eletrônico: Novas regras encarecem entrega

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Alteração no limite de peso das diferentes formas de Sedex está impactando nos negócios de quem vende e compra online

Mudanças nas regras de envio de encomendas pelos Correios, que passaram a valer no mês passado, estão aumentando os custos de parte do comércio eletrônico. Lojas online de pequeno e médio porte escolheram repassar o reajuste para o consumidor, subindo os preços do frete, ou mudando o tipo de entrega.

Além do reajuste anual da tabela de preços, os Correios mudaram o limite de peso para encomendas por Sedex (10, 12 e Hoje) e e-Sedex (confira as alterações no box).

Como esclarece Adriano Caetano, diretor da Loja Integrada, que agrega negócios online de médio e pequeno porte, o custo do e-Sedex dobrou para encomendas acima de 15 quilos. Esse aumento não poderia ser abatido por outras formas de envio, como Sedex comum e PAC, tradicionalmente mais caras e, no caso da PAC, também mais demorada.

Natália Oliveira, diretora da Linux Mall, loja online de artigos de decoração, roupas e livros, sentiu o aumento dos custos e repassou o reajuste para os consumidores. O preço do frete, na loja, está 7% mais caro, em média.

Impacto para lojas em SC é relativo

As lojas Berlanda e Salfer, que vendem pela internet produtos como eletrônicos, móveis e eletrodomésticos, afirmam que as mudanças nos Correios não estão afetando os custos porque a maioria das encomendas é entregue por logística própria. Já a gerente de e-commerce das lojas Havan, Rubiana Schütz, admite que as novas regras vão aumentar os custos.

– Estamos na contramão. Os Correios, que deveriam ser os maiores parceiros na venda online, acabam criando barreiras que vão dificultar a logística dessa operação. A alternativa será buscar novos canais de envio via transportadoras – afirmou a gerente.

Transportadora ganha espaço

A mudança nos limites de peso dos Correios foi mais um incentivo para que o empresário Renato Ribeiro, diretor da loja Tocchetto, especializada em instrumentos musicais e equipamentos de áudio, privilegiasse os envios por transportadora.

Ribeiro conta que entre os 1 mil itens colocados à venda pela loja, 300 ultrapassam o peso de 15 quilos. Nestes casos, segundo ele, a compra por e-Sedex fica inviabilizada e os clientes acabam optando pela transportadora.

O empresário trabalha com a startup Axado, que no próprio site da Tocchetto fornece uma plataforma para mostrar todas as opções de transportadoras e comparação de preços.

– Além de fretes viáveis, as transportadoras têm sido uma alternativa mais segura para o comércio online, porque exigem a emissão de Nota Fiscal Eletrônica, ao contrário dos Correios. Também respondem bem mais rápido a reclamações de extravio de mercadorias – opina Ribeiro.

Cristiano Chaussard, diretor da Flexy Negócios Digitais, que desenvolve tecnologias para plataformas de e-commerce, afirma que o aumento de custos com os Correios será repassado ao consumidor. Ele estima que as empresas de SC vão aumentar em quase 60% o valor para SP. Para ele, as novas regras farão os Correios ceder lugar para grandes transportadoras.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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