EMS cria a Brace Pharma para atuar nos EUA

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O grupo EMS colocou em prática seu plano para atuar nos Estados Unidos. A farmacêutica brasileira criou a Brace Pharma, com objetivo de fazer investimentos em medicamentos em desenvolvimento no mercado americano. O laboratório nacional quer investir em projetos a partir de moléculas consideradas promissoras. Essa recém-criada companhia tem em caixa US$ 300 milhões, afirmou ao Valor Mário Nogueira, vice-presidente institucional corporativo da EMS Participações.

A companhia já avalia os projetos nos quais pretende fazer aportes e vai defini-los nos próximos meses. Tradicionais farmacêuticas internacionais costumam fazer investimentos em empresas que desenvolvem moléculas consideradas promissoras para o desenvolvimento de importantes medicamentos, dividindo riscos e lucros. E a EMS quer fazer parte desse negócio gigantesco que movimenta bilhões de dólares nos EUA.

A Brace Pharma poderá fazer aportes em empresas que desenvolvem esses potenciais medicamentos sozinha ou em co-parceria, afirmou Nogueira.

Para compor o "board" do comitê científico da Brace Pharma, o empresário Carlos Sanchez, controlador do grupo nacional, convidou o médico austríaco Eric Richard Kandel, que ganhou em 2000 o prêmio Nobel de medicina, em parceria com o sueco Arvid Carlsson e o americano Paul Greengard, pela descoberta envolvendo a transmissão de sinais entre células nervosas no cérebro humano. O cardiologista Jorge Kalil também faz parte desse comitê.

A farmacêutica brasileira, a maior companhia produtora de genéricos do país, se incluídas suas empresas controladas, tem planos ambiciosos também para o mercado interno. No Brasil, os projetos de expansão incluem investimentos de cerca de R$ 600 milhões na construção de quatro novas fábricas - uma delas em Manaus (AM), que deverá entrar em operação entre o fim deste ano e início de 2014 - e outras três unidades em Brasília, com operações previstas para o início em 2015.

Conhecida por seu "modus operandi" agressivo no mercado de genéricos, a companhia quer mudar seu perfil de produção e partir para produtos inovadores. O projeto nos EUA marca o início desse processo fora do país. No Brasil, a companhia deverá começar a produzir hormônios, antibióticos e produtos oncológicos em Brasília, quando essas unidades entrarem em operação. No ano passado, a EMS associou-se aos grupos Hypermarcas, Aché e União Química para a criação da Bionovis, superfarmacêutica para produzir biossimilares, empresa na qual possui 25% de participação.

Com faturamento líquido de cerca de R$ 2 bilhões em 2012 e lucro líquido de R$ 269,4 milhões, a companhia, que tem incomodado seus principais concorrentes dentro e fora do país, garantiu este ano a posição de vice-liderança no mercado latino-americano em receita, atrás da francesa Sanofi. Até o ano passado, a farmacêutica ocupava a terceira posição, mas desbancou a suíça Novartis, tornando-se a segunda maior da região, de acordo com a empresa, citando os dados da consultoria IMS Health.

Os planos para deixar de ser uma empresa genuinamente produtora de genéricos para partir para inovação começaram a ser traçados há cinco anos por Carlos Sanchez. A companhia já colocou no mercado o medicamento Patz, indutor de sono, fruto de inovação incremental (medicamento novo com patente desenvolvido a partir de um princípio ativo já conhecido). Outros projetos nesse mesmo sentido estão no "pipeline" da empresa (em desenvolvimento).

Atualmente, a farmacêutica tem duas unidades em operação - em Hortolândia (SP) e São Bernardo do Campo (Grande ABC). Este ano a empresa concluiu expansão na unidade de embalagens de medicamentos no interior paulista.



Veículo: Valor Econômico


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