PIB da agropecuária cresce 2,99%

Leia em 4min 10s

Desempenho no primeiro quadrimestre foi impulsionado pelo aumento da produção e melhora dos preços.

O aumento da produção e a melhora dos preços dos produtos agropecuários impulsionaram o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio no primeiro quadrimestre deste ano, que apresentou crescimento de 2,99% em relação a igual período do ano passado. Os cálculos são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

Segundo o estudo, houve crescimento expressivo na agricultura (0,69% no mês e 4,57% no ano) e na pecuária (0,93% no mês e 5,61% no ano). Os autores explicam que o desempenho da atividade agrícola se deve ao melhor nível dos preços ( 4,58%) e das expectativas de aumento da produção ( 8,59%). "Com maiores preços e volumes produzidos, a expectativa é de que a renda agrícola cresça 14,35% em 2013", dizem eles.

Na pecuária, avicultura, suinocultura e bovinocultura foram destaque. Segundo a CNA, apesar da desaceleração observada neste ano, esses segmentos tiveram desempenho superior aos quatro primeiros meses de 2012.

Os técnicos observam que no segmento primário agrícola houve crescimento expressivo no faturamento de culturas como batata (209%), tomate (165%), trigo (91,9%), soja (32,8%), mandioca (24,7%), arroz (17,7%), fumo (14,5%) e também feijão e milho, com avanços relativamente mais modestos. Eles destacam que culturas como arroz, fumo, soja, tomate e trigo apresentaram crescimento de preços e na produção esperada.

Ao detalhar o desempenho por cultura, os técnicos observam que, no caso da batata, a melhora no faturamento está atrelada essencialmente à expansão dos preços, que subiram 215,3% no quadrimestre, refletindo a menor oferta, provocada pela redução de área e quebra de produtividade em algumas regiões. Outro produto de destaque é o tomate, cujo faturamento subiu 139,3% no quadrimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo os técnicos, a forte aceleração de preços do tomate pode ser explicada pela baixa oferta, decorrente da menor área cultivada e do clima chuvoso, que deprecia a qualidade e limita o volume ao consumidor.

Os técnicos observam que os preços da soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, desaceleraram no início deste ano, mas ainda se mantiveram 8,48% acima do primeiro quadrimestre do ano passado. Os analistas do Cepea atribuem a perda de ritmo nas cotações em abril ao nível recorde da safra nacional, problemas logísticos de transporte e dificuldades de estocagem do grão, além das estimativas sobre estoques finais nos Estados Unidos acima das esperadas pelo mercado.

Os analistas observam que os preços do arroz tiveram comportamento semelhante ao da soja, com retração ao longo do quadrimestre, mas ainda acima do mesmo período do ano passado. A alta de 14,49% impulsionou a renda do setor, uma vez que as estimativas são de aumento de apenas 2,2% na produção. O aumento previsto no faturamento do feijão também se deve aos melhores preços, pois a expectativa é de queda de 2,68% na produção, provocada pela retração na área plantada.


Cana - O estudo mostra, ainda, que o cenário para a cana-de-açúcar e a banana é de redução no faturamento, apesar do aumento da oferta. Os preços da cana no primeiro quadrimestre recuaram 13% e os da banana, 15,6%. Em relação à produção, as estimavas são de aumento de 5,6% na safra de cana e de 10,2% na de banana. Os técnicos observam que no caso do algodão a expressiva queda na produção (33,46%) provocou retração de 27,8% no faturamento, apesar da alta de 8,3% nos preços.

Na opinião dos analistas, as situações mais críticas são as das culturas do café, cacau, cebola e laranja, "que enfrentam retração tanto nas cotações quanto na expectativa de produção". Eles dizem que a laranja apresenta o cenário mais desfavorável, pois os preços recuaram 54,22% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado e a expectativa é de queda de 14,18% na produção, "o que resulta em perda de 60,71% no faturamento esperado para 2013".

Segundo o estudo, os preços do café recuaram 30,8% no primeiro quadrimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto a expectativa é de queda de 4,4% na produção. Os técnicos argumentam que a diminuição dos preços do arábica reflete a previsão de uma grande safra para 2013/14, que se somará a volumes significativos ainda em estoque. "Com a forte tendência de queda, os produtores passaram a demandar medidas governamentais, argumentando que o preço obtido não cobria os custos de produção", informam os técnicos.

Outro setor que contribuiu de forma significativa para o PIB do agronegócio foi o de insumos, que apresentou expansão de 3,29% no acumulado do ano. Já o segmento da distribuição cresceu 2,28%.

Dentro da cadeia produtiva do agronegócio, a agroindústria foi o segmento que teve desempenho mais baixo, com variação de 1,64%. Apesar do baixo crescimento do ano, a agroindústria foi a que teve melhor desempenho mensal dentro do setor, com elevação de 0,97% em abril, enquanto o agronegócio total teve alta de 0,77% naquele mês.


Veículo: Diário do Comércio - MG 


Veja também

Café: concurso de qualidade na 10ª edição

Já estão abertas as inscrições para a décima edição do Concurso de Qual...

Veja mais
Lojistas de Minas prospectam negócios em Caruaru

Encontro da moda Pernambucana, que acontece na próxima semana, deve movimentar R$ 21,5 milhões em vendas.E...

Veja mais
Baby Cota vai ampliar área de atuação

Presença na Zona da Mata aumentará.A CCN Paiva Indústria de Alimentos e Higiene, conhecida como Bab...

Veja mais
Boníssima inaugura padaria no bairro Vila da Serra

A padaria premium Boníssima inaugurou mais uma unidade. Dessa vez, o local escolhido foi o bairro Vila da Serra, ...

Veja mais
Ronaldo Iabrudi é indicado para conselhos

Executivo brasileiro atuará substituindo Jean-Louis Bourgier e Abilio Diniz. O Grupo Casino, controlador do P&ati...

Veja mais
Leite premium em garrafa de vidro é aposta de fabricantes

Duas empresas investem no retorno da embalagem vintage do produto, apesar dos custos maiores de produçãoN&...

Veja mais
Alimentos e bebidas vislumbram recuperação

Enquanto a maioria dos setores industriais aguarda com pessimismo o desempenho do segundo semestre, os segmentos de alim...

Veja mais
Brasil já é quarto maior mercado de limpeza

O Brasil já é o quarto maior mercado mundial de produtos de limpeza, ficando atrás apenas de pa&iac...

Veja mais
Nestlé Purina investe US$ 98,9 mi em fábrica na Polônia

A Nestlé Purina, divisão do grupo suíço que atua no segmento de ração animal, ...

Veja mais