Duas empresas investem no retorno da embalagem vintage do produto, apesar dos custos maiores de produção
Não é preciso pagar por uma suíte presidencial no Hotel Fasano, no Rio, para consumir leite fresco, livre de processos de conservação, embalado em charmosas garrafas de vidro. Redes de supermercados especializadas em produtos premium no Rio e São Paulo já têmo produto à venda, um retorno aos tempos da vovó, quando o leite em garrafa era o usual. Pelo menos duas empresas já estão investindo no filão. A Cooper, de São José dos Campos, em São Paulo, e a Vitalatte, com fábrica emValença, interior do Rio de Janeiro. Apesar dos custos logísticos — o transporte precisa ser diário — e da embalagem de vidro custar até dez vezes mais do que a tetra pack, as empresas garantem que o leite premium tem mercado.
A Cooperativa de Laticínios de São José dos Campos (Cooper) colocou à venda há 45 dias sua embalagem de vidro de um litro. Antes restrita ao consumidor local,o produto entrou essa semana na capital paulista. O preço ao consumidor é de R$ 3,20, em média. A produção é de 1.200 garrafas ao dia.
Rodrigo Afonso Rossi, diretor Comercial da Cooper, afirma que, além da volta ao estilo vintage de vender o leite, o sabor do produto é um diferencial, já que a bebida ficamais gostosa. “A durabilidade é menor mas o sabor vale a pena porque concentra todas as proteínas. Há público para esse tipo de produto”, diz ele.
Foram necessários R$ 600 mil para adaptação da fábrica e a embalagem foi produzida pela Owen Illinois. O desafio agora é tornar a garrafa retornável. A empresa não tem por enquanto planos de entrar no mercado carioca.
No Rio, a Vitalatte já trabalhahá três anos com embalagens de vidropara seu leite premium, encontrado nas filiais do supermercado Zona Sul e no Empório Santa Maria, em São Paulo. Patrick Bouzon, um dos donos da Vitalatte, diz que a produção mensal é de nove mil garrafas. Mas deve crescer.
“Esse é um mercado que, para nós, vem crescendo 20% ao ano. Vimos esse segmento crescente na Itália, pesquisamos sua viabilidade e levamos cinco anos para tirar o projeto do papel.Nosso parceirona criação da embalagem é a Veralha, divisão da Saint Gobain”, diz ele.
O leite premium da Vitalatte sai a R$ 5 para o consumidor e representa 8% do faturamento da empresa.A marca virou a queridinha do Hotel Fasano, que usa as garrafas de vidro como mais um dos mimos para hóspedes exigentes. O próximo passo é chegar ao varejo de Belo Horizonte.
Veículo: Brasil Econômico