Minas vai processar palmito

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Primeira fábrica do Estado será inaugurada em Itabirito no mês de novembro.

A primeira agroindústria para processamento de palmito do Estado, em Itabirito, na região Central de Minas Gerais, deverá ser inaugurada até novembro deste ano. A estrutura física já foi totalmente concluída e, no momento, os investimentos estão concentrados na aquisição e instalação de máquinas e equipamentos.

Os preços pagos pelo palmito são competitivos e devem estimular o ingresso de novos produtores na cultura. Enquanto o custo de produção gira em torno de R$ 1,20 a R$ 1,50, o preço pago pelas indústrias fica entre R$ 4 e R$ 5 por estirpe, que rende cerca de 1 quilo.

A fábrica terá capacidade total para produzir 1,2 milhão de potes de 350 gramas de palmito drenado por ano. O preço médio do produto deve ficar entre R$ 10 e R$ 15 no mercado. A princípio, o produto será destinado aos supermercados locais e as vendas serão ampliadas conforme o desenvolvimento da cultura. Ao todo, serão investidos na agroindústria cerca de R$ 350 mil.

Segundo o engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) - Unidade Itabirito, Lúcio Passos Ferreira, os equipamentos serão instalados nos próximos meses.

"Assim que as máquinas forem instaladas, iremos investir na capacitação dos trabalhadores para iniciarmos as atividades da indústria o mais rápido possível. As licenças e registros para o funcionamento também já estão encaminhadas. Com o início do processamento, acreditamos que o número de produtores deve crescer, já que a atividade é lucrativa", diz Ferreira.

As expectativas em relação à produção de palmito na região são positivas, principalmente pelo fato de o mercado consumidor estar em expansão. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Palmeira Real da Região dos Inconfidentes (Aperi), Bruno Santana Moreira, o mercado para o palmito de palmeira real e imperial é crescente.

"O mercado para o nosso produto está em expansão e nossas expectativas para os próximos anos são muito positivas. Atualmente o palmito mais consumido é o de açaí, porém, com a valorização do fruto, o corte está se tornando inviável, já que acontece antes do crescimento da fruta. Com isso, a tendência é que a demanda pelo palmito de palmeira real e imperial seja ainda mais impulsionada. Além disso, o plantio é planejado e temos como calcular a média de produção, enquanto isso não acontece com palmito de açaí, que vem de uma produção extrativista", afirma Moreira.

A cultura é considerada lucrativa. Segundo informações da Emater-MG, cerca de 110 produtores estão investindo no plantio de palmeiras reais e imperiais para a produção de palmito. Até o momento, são 1 milhão de palmeiras e deste total 100 mil já estão em período de produção.

A produção do palmito demora em média entre três e quatro anos. A rentabilidade por hectare é alta, sendo possível cultivar cerca de 17 mil plantas. Além de Itabirito, a cultura tem se expandido para Ouro Preto, Brumadinho, Mariana, Nova Lima e Caeté. O plantio está em crescimento. A estimativa é de que cada palmeira produza cerca de 1 quilo de palmito.

Segundo Moreira, a associação tem investido em estudos para ampliar a produtividade das palmeiras, como a irrigação. As principais vantagens observadas com a utilização da irrigação foram o aumento da produtividade e a otimização da formação da estirpe.

"Estamos obtendo resultados muito favoráveis com a irrigação, porém os custos ainda são elevados, e por isso estamos criando uma forma de a estrutura ser móvel e poder ser remanejada para várias áreas", diz.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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