Irani começa a operar em Minas

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Empresa arrendou a Indústria de Papel e Papelão São Roberto, de Santa Luzia.

Em meio ao baixo crescimento da economia e perspectivas negativas que rondam a indústria, a Celulose Irani S/A, empresa do setor de papel para embalagens e papelão ondulado, começa a atuar em Minas Gerais. A chegada da companhia ao Estado se concretizou após o arrendamento da Indústria de Papel e Papelão São Roberto S/A, adquirida pela Companhia Comercial de Imóveis (CCI), controladora indireta da Celulose Irani. O contrato destina-se exclusivamente à unidade industrial de produção de papel em Santa Luzia, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Com isso, a produção de papel para embalagens terá incremento de 60 mil toneladas anuais, passando de 214 mil toneladas para 274 mil toneladas. O contrato de arrendamento começou em 1º de março de 2013 e termina em 28 de fevereiro de 2023.

A São Roberto terá preferência de compra do papel produzido pela planta arrendada. O diretor-presidente da empresa, Pericles Pereira Druck, afirma que o principal objetivo é elevar a produtividade da planta e qualidade do papel produzido no menor prazo possível. "A Irani pretende encaixar a fábrica dentro dos seus padrões de gestão. Para isso, vamos fazer todos os investimentos necessários a fim de manter a alta rentabilidade", destaca ele, sem revelar valores relacionados a futuros aportes.

O dirigente da empresa acrescenta que investimentos mais relevantes a serem aplicados na fábrica estão em fase de estudo. Portanto, neste primeiro momento, a empresa deve manter os seus 174 funcionários, sem cortes ou admissões. Com o arrendamento, a Irani, que comumente precisa recorrer ao mercado para adquirir a matéria-prima necessária para a fabricação de seus produtos, se aproxima mais da autossuficiência.

Embalagens - A atuação da empresa em Minas Gerais é também estratégica do ponto de vista geográfico. Até então, a companhia já estava presente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Druck adianta que as primeiras impressões sobre o Estado foram boas e que, por isso, poderia ser erguida próximo a Santa Luzia uma fábrica focada na produção das embalagens, integrada à de fabricação de papel. Entretanto, trata-se de um projeto ainda em estudo e sem perspectivas de datas para implantação.

Em um período no qual a situação da indústria é considerada delicada, o desafio das fábricas para evitar a formação de estoques elevados é grande. O resultado mais recente divulgado em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a produção brasileira concluiu o mês com queda de 2%, na comparação com abril. "Quando o momento econômico é favorável à atividade industrial, até os menos competentes conseguem se manter no mercado. Porém, em épocas mais críticas, como a que estamos passando, o esforço é maior", enfatiza o executivo.

Na avaliação de Druck, os dois últimos anos foram igualmente conturbados para a economia. Mas ele observa uma diferença que consiste no fato de que no exercício passado o consumo das famílias impulsionou o crescimento pífio do Produto Interno Bruto (PIB), em decorrência da concessão de incentivos fiscais, como a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e eletrodomésticos de linha branca, que não devem se repetir. "As dificuldades permanecem, mas enquanto o consumo arrefeceu, a indústria está um pouco mais competitiva devido à valorização do dólar, que desestimula as importações", afirma.


Projeções - Em 2013, a empresa projeta uma expansão aproximada de 10% do faturamento sobre 2012. O resultado do primeiro trimestre sinaliza que o objetivo deve ser alcançado. No período de janeiro a março deste ano, a Receita Operacional Líquida atingiu os R$ 123,8 milhões, expansão de 7,8% frente aos primeiros três meses do ano anterior.

Além de ser um reflexo da recuperação dos preços das embalagens de papelão ondulado, do aumento de volume de vendas de papel para embalagem, o resultado é também uma conseqüência do início das operações da planta de Santa Luzia. O segmento de Embalagem PO (papelão ondulado) representou 55% da Receita Operacional Líquida, seguido pelo segmento de Papel para Embalagens, com 37%; Florestal RS e Resinas, com 8%.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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