O Brasil poderá colher 45,204 milhões de toneladas de milho na segunda safra de milho 2013, também conhecida como safrinha, volume recorde que supera as 37,976 milhões de toneladas registradas em 2012. Os números fazem parte da mais recente estimativa do Instituto de Pesquisas Agroeconômicas Safras & Mercado, divulgada na sexta-feira passada.
De acordo com o analista de Safras & Mercado Paulo Molinari, houve um recuo em relação às 45,809 milhões de toneladas previstas no relatório anterior, de junho, em decorrência de ajustes de área cultivada e dos problemas climáticos ocorridos no Paraná, diante das chuvas excessivas entre o final de junho e o começo de julho.
A produção esperada para este ano leva em conta a expectativa de incremento de 14,8% na área, que deve alcançar 7,993 milhões de hectares, ante os 6,963 milhões de hectares cultivados na segunda safra de 2012. "O maior crescimento é registrado em Goiás, de 41,4%, cultivando 994,151 mil hectares, seguido pelo Mato Grosso, de 25,1%, com área plantada de 3,538 milhões de hectares", sinaliza.
Molinari destaca a expectativa de avanço da produção em Mato Grosso, que deve alcançar 19,109 milhões de toneladas e manter a liderança nacional na safrinha.
"Mesmo com um recuo no potencial de produção frente às 12,458 milhões de toneladas da estimativa anterior, o Paraná deve seguir em segundo lugar na produção de milho safrinha, colhendo 11,880 milhões de toneladas de milho, seguido pelo Mato Grosso do Sul, com 6,723 milhões de toneladas", afirma.
Safras & Mercado trabalha com uma expectativa de produtividade média para a safrinha 2013 de 5.655 quilos por hectare, ficando acima da obtida na segunda safra do ano passado, de 5.453 quilos por hectare.
"A maior produtividade média deve ser registrada no Paraná, com 6.178 quilos por hectare", finaliza.
Preços - O mercado brasileiro de milho teve, na semana passada, cenário de preços de estáveis a mais baixos diante do câmbio, do avanço da colheita da safrinha e das quedas na Bolsa de Mercadorias de Chicago (Cbot). Os trabalhos estão progredindo gradativamente o que causa perdas regionais nos preços.
Já a Cbot teve grande volume de sessões em baixa em função da melhora climática para as lavouras de milho nos Estados Unidos. As temperaturas permanecem elevadas no cinturão produtor norte-americano, mas a previsão é de retorno das chuvas neste final da semana na região.
Os últimos dias foram de poucos negócios porque o comprador aguarda um maior volume de ofertas para a conseqüente atratividade dos preços.
Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, ainda não há impacto significativo de milho safrinha no mercado, mas isso seguramente vai se modificar quando a colheita chegar a 50%.
Até o dia 12 de julho, a colheita da safrinha de milho evoluia para 17,3% da área estimada, conforme levantamento de Safras & Mercado para a região Centro-Sul. Em igual período do ano passado, o índice era de 17,9%. A empresa de consultoria em agronegócio trabalha com uma área de 8,206 milhões de hectares, contra 6,964 milhões do ano anterior.
Veículo: Diário do Comércio - MG