Prejuízos no Oeste chegariam a 40% das plantações

A onda de frio que agita a rotina dos catarinenses desde o fim de semana tem causado graves estragos à agricultura do Estado, desacostumada com quedas súbitas de temperatura. Pelo menos 56 cidades amanheceram esbranquiçadas na quarta-feira devido à geada severa que chegou a todas as regiões do Estado. No Oeste, a estimativa é de que as perdas cheguem a 40% e, em Angelina, na Grande Florianópolis, pelo menos 70% dos produtores teriam sido afetados.

Segundo o meteorologista da Epagri/Ciram Marcelo Martins, a geada atingiu do Oeste ao Litoral catarinense e apesar de algumas áreas serem mais dependentes da agricultura, os danos devem ser sentidos no Estado inteiro.

– O prejuízo pode não ser numericamente proporcional em todas as partes de Santa Catarina, mas muitos agricultores do Litoral, por exemplo, não têm o preparo necessário para lidar com uma situação como essa.

Embora ainda seja cedo para se medir os danos causados pela geada, as perdas já são lamentadas nas áreas agrícolas. Em Angelina, na Grande Florianópolis, estima-se que pelo menos 70% dos agricultores tenham tido suas colheitas danificadas. O agricultor José Lino Pfleger, 56 anos, perdeu as plantações de repolho, couve-flor, salsa, pimenta, brócolis e beterraba para o frio, e agora procura uma maneira de driblar os prejuízos.

– Esta é a renda da família, perdemos tudo, mas não podemos parar. Vamos começar tudo de novo – lamentou.

No Oeste, em Chapecó, o branco chegou pelo segundo dia seguido ao Centro da cidade, deixando finas camadas de gelo sobre os vidros dos carros. Segundo Samuel Vasques, agrônomo da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente do município, alguns agricultores tiveram perdas de pelo menos 40% das colheitas, e essa porcentagem pode aumentar caso o frio não diminua.

– Foram danificados principalmente os cultivos que não são feitos em estufas, como de hortaliças, brócolis ou couve-flor.



Veículo: Diário Catarinense