A boa safra colhida na temporada 2012/2013 deve impulsionar os negócios na 36ª edição da Expointer, lançada ontem em evento na Casa do Gaúcho, no Parque da Harmonia, em Porto Alegre. A segunda maior colheita de grãos da história e o recorde da soja são o que motiva o otimismo dos organizadores da feira, que ocorre de 24 de agosto a 1 de setembro no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
O governador do Estado, Tarso Genro, acredita que a sintonia entre os programas de governo e as demandas do setor aliada à conjuntura de safra cheia com preços atrativos dos grãos deve estimular os produtores rurais. “A feira se realiza em um ambiente sem conflitos no Rio Grande do Sul. Estamos buscando o caminho do diálogo e da negociação com os setores do campo que precisam de políticas públicas. São ingredientes fundamentais para criar um ambiente positivo. As empresas estão prontas para receber as encomendas, os órgãos financeiros prontos para fazer financiamentos. É um grande momento da economia gaúcha que vai refletir no emprego, renda e inclusão produtiva”, ressalta o governador.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, projeta que a comercialização pode chegar a R$ 2,5 bilhões neste ano, acima do recorde de R$ 2,03 bilhões de 2012, quando só em vendas de máquinas o número foi de R$ 2,02 bilhões. Um dos motivos, conforme o dirigente, é a manutenção do PSI com juros de 3,5%, o que deve estimular as compras de máquinas agrícolas. “Temos garantido o PSI no semestre inteiro com esse juro e 10 anos para pagar. Além disso, temos uma supersafra de soja, milho e arroz, todas as commodities com preços elevados. Temos a irrigação, que antes era uma luta para conseguir uma outorga, e hoje está fluindo normalmente, e, neste ano, teremos uma área mais consolidada para esse setor”, destaca Bier.
Mais do que otimismo, o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, afirma que a projeção de comercialização traz um realismo ao que ocorre no campo no atual momento. “Estamos com uma Expointer que terá resultados efetivos, com colheita farta, com milhões de toneladas produzidas depois de um ano de problemas homéricos que tivemos”, salienta.
De acordo com o secretário da Agricultura do Estado, Luiz Fernando Mainardi, a conjuntura de preços e produção em alta e o entendimento do governo com o setor agropecuário gaúcho devem ser determinantes para o sucesso da Expointer deste ano. “As vendas em 2012 foram muito boas, mesmo vivendo um momento de indefinição sobre o PSI, e, neste ano, não temos essa indefinição. Teremos uma grande venda também pela irrigação, que está se afirmando”, reforça o secretário.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Élton Weber, o cenário também será de debates políticos importantes para o desenvolvimento da agricultura gaúcha. “É um ano de Expointer com investimentos em áreas fundamentais para a agricultura familiar e também teremos espaços para debater melhorias no meio rural em temas como educação, energia elétrica, entre outros assuntos”, avalia Weber.
As instituições financeiras também vão aumentar a oferta de crédito para o evento. O Banrisul, por exemplo, vai disponibilizar R$ 300 milhões para a feira. Já o Banco do Brasil não divulgou o valor, porém, informa que atenderá a toda a demanda por financiamentos na Expointer.
Veículo: Jornal do Comércio - RS