A Bunge, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, registrou um lucro líquido de US$ 136 milhões no segundo trimestre, encerrado em 30 de junho. O valor representa uma queda de 50,3% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, quando a companhia lucrou US$ 274 milhões. O lucro por ação caiu de US$ 1,78 para US$ 0,75 na mesma comparação.
Já a receita de vendas da multinacional com sede nos Estados Unidos aumentou 6,8% entre abril e junho, para US$ 15,49 bilhões. No entanto, analistas consultados pela agência Reuters esperavam um incremento maior, para US$ 15,81 bilhões, na média das projeções, além de um lucro líquido de US$ 1,34 por ação.
As vendas no segmento de agribusiness, que inclui as operações de comercialização de grãos e é a maior fonte de receita da Bunge, cresceram 9,3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2012, para US$ 11,56 bilhões. Já as vendas da área de açúcar e bioenergia, com negócios concentrados no Brasil, registraram retração de 13%, para US$ 939 milhões.
O lucro antes de juros e impostos (Ebit) somou US$ 239 milhões entre abril e junho, uma queda de 15,5%, equivalente a US$ 44 milhões.
Entre os motivos para o resultado mais enxuto, a Bunge citou a continuidade dos impactos negativo da estiagem que atingiu os Estados Unidos em meados do ano passado e derrubou a colheita da temporada 2012/13. As exportações americanas de grãos se enfraqueceram por conta da estiagem, o que restringiu as vendas de milho, segundo a companhia.
Em contrapartida, a multinacional destacou que o desempenho das operações no Brasil compensou, em parte, as dificuldades enfrentadas no Hemisfério Norte. "As fortes margens e volumes de venda em nossas operações brasileiras foram o principal motor dos resultados no trimestre", informou a companhia, em comunicado.
Na avaliação do CEO global da Bunge, Soren Schroder, o primeiro semestre de 2013 foi, "de maneira geral, como o esperado". No entanto, a Bunge decidiu cortar US$ 200 milhões em gastos de capital neste ano, que agora ficarão em US$ 1 bilhão, e iniciará uma revisão nos planos para 2014. "Projetos que melhorem mais aceleradamente a eficiência e a competitividade, e que gerem retorno mais rápido, serão prioridades para a Bunge".
Com os resultados do segundo trimestre, a receita líquida da Bunge somou US$ 30,28 bilhões no primeiro semestre, 10,5% mais que de janeiro a junho de 2012. O lucro líquido foi de US$ 316 milhões, uma redução de 13,7%.
Veículo: Valor Econômico