Conseguir distrair uma criança por horas a fio não é o único objetivo dos fabricantes de brinquedo. Eles estão cada vez mais concentrados na criação de brinquedos destinados a crianças ocupadas, com pouco tempo para brincar, uma tendência que alguns na indústria estão chamando de "brinquedos rápidos".
Crianças em idade escolar estão brincando, cada vez mais, em curtos espaços de tempo entre as várias atividades na agenda- seja durante o treino de futebol do irmão, entre as aulas ou no intervalo das tarefas de casa. E, enquanto os pais recorrem com frequência a seus smartphones ou outro aparelho eletrônico, os fabricantes trabalham duro para proteger sua fatia no mercado de jogos e brinquedos tradicionais, transformando-os em peças para brincadeiras mais rápidas e mais fáceis de limpar e carregar.
Os fabricantes vêm atualizando as versões de seus brinquedos mais populares há anos, e alguns se aventuraram no mundo digital, criando aplicativos para celulares e tablets para todo tipo de brinquedo. Nos últimos anos, mais empresas também vêm tentando acelerar o tempo de jogo, eliminando a necessidade de tocar em telas e botões.
A Hasbro Inc., a maior fabricante mundial dos chamados jogos de tabuleiro, vem tentando reconfigurar jogos clássicos, incluindo o Monopoly e o Palavras Cruzadas, em versões que levam menos tempo para jogar e com um ritmo mais acelerado.
Pesquisas feitas pela Mattel Inc., a maior fabricante de brinquedos do mundo, mostram que mais de 60% dos pais gostariam que seus filhos passassem mais tempo com brinquedos tradicionais. "Há um certo conflito", diz Michael Shore, diretor de consumo global da empresa, porque pais jovens gastam grande parte do seu tempo em redes sociais, o que modela o comportamento das crianças.
Veículo: Valor Econômico