Alimentos pesam menos e IGP-M desacelera para 0,26% em julho

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Condições mais favoráveis para a produção de alimentos in natura e a oferta maior de grãos tiveram efeito mais forte sobre a inflação de julho do que a depreciação cambial no período, alívio que levou o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) a desacelerar de 0,75% em junho para 0,26%. O recuo foi espalhado pelos três componentes do índice geral: atacado, varejo e construção.

Segundo André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), a tendência é que os IGPs sigam em patamar mais confortável nos próximos meses do que em igual período de 2012. Em agosto, previu Braz, o IGP-M deve ficar próximo do registrado em julho, ao redor de 0,20% ou 0,30%. No mesmo mês do ano passado, quando o choque agrícola ainda afetava o indicador, a variação foi de 1,43%.

Com participação de 60% no indicador geral, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) cedeu de 0,68% para 0,30% na passagem mensal, influenciado pelos bens finais, que caíram 0,58%, ante aumento de 0,08% anteriormente, e pelas matérias primas brutas, cuja alta diminuiu de 1,23% para 0,54%. No primeiro segmento, a deflação de 6,6% dos alimentos in natura foi preponderante. Já no segundo, tiveram peso a desaceleração de 11,38% para 4,92% da soja e a retração de 2,96% do milho, além da deflação de 4,3% no minério de ferro.

Para Braz, o clima menos chuvoso abre espaço para novas reduções mensais nos preços dos in natura, que saltaram 20,6% ao produtor nos últimos 12 meses, mas a janela para que toda essa escalada seja devolvida até o fim do ano está cada vez menor. Ele explicou que a área plantada este ano foi menor que a de 2012 e, além disso, o mês de setembro já começa a registrar temperaturas mais altas e chuvas menos esparsas. "Existe uma certa rigidez da oferta que limita o potencial de queda desses produtos nos próximos meses", disse.

Os alimentos processados ficaram praticamente estáveis em relação ao mês passado, ao passarem de 0,50% para 0,52%. Nesse subgrupo, o economista da FGV destacou o leite industrializado, que subiu de 3,4% para 5,3%, e o item pães e bolos, que saiu de recuo de 1,6% para aumento de 1,05%, puxado por cotações maiores do trigo. Esse movimento, ressaltou, ainda não chegou ao varejo e será fonte de pressão ao consumidor nos próximos índices, assim como a alta sazonal da carne bovina, que subiu de 0,97% para 1,85%.

Braz mencionou que este ano vem se confirmando mais promissor para a agricultura dentro e fora do país. Como os produtos agrícolas inflaram os IGPs no segundo semestre de 2012 e, em 2013, taxas acima de 1% não devem ser observadas, Braz acredita que a tendência de perda de fôlego dos indicadores em 12 meses vai se sustentar.



Veículo: Valor Econômico


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