Indefinições no setor de papel ondulado do país

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Uma das preocupações dos fabricantes é referente ao impacto da crise mundial nos negócios das empresas brasileiras .

O cenário de incertezas que marcou a indústria brasileira e mundial nos últimos meses fará com que a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) inicie 2009 sem uma projeção definida para o resultado do setor neste ano.

 

Segundo o presidente da entidade, Paulo Sérgio Peres, ainda não é possível definir, sequer, se as vendas de papelão ondulado irão superar a marca registrada em 2008, quando foram vendidas 2,274 milhões de toneladas do produto. "Talvez em março esteja mais claro o que vai acontecer com o setor em 2009", afirma.

 

Uma das preocupações dos fabricantes de papelão ondulado é referente ao impacto da crise mundial nos negócios das empresas brasileiras que exportam carne e frango. Esse segmento já apresentou redução na demanda por embalagens no final de 2008, contribuindo para a queda de 4,52% nas vendas de papelão ondulado em dezembro, na comparação com o mesmo período de 2007.

 

A Sadia, por exemplo, anunciou na segunda quinzena de dezembro férias coletivas para 20% de sua força de trabalho. A decisão, baseada no aumento dos estoques devido à crise e a problemas de embarque e armazenamento de produtos no porto de Itajaí (SC), atingiu unidades voltadas à exportação. Decisão semelhante foi tomada pela direção da Perdigão.

 

Outro fator que, segundo Peres, pode ter contribuído para a retração das vendas de papelão ao final do ano passado foi o movimento de férias coletivas anunciado por empresas de setores que não estão ligados diretamente ao consumo de papelão.

 

Psicológico - Nesse caso, o efeito da crise é mais psicológico do que operacional. "Também registramos postergações de pedidos, por isso a grande interrogação está em como será o primeiro trimestre de 2009", afirma. Neste período, marcado tradicionalmente por uma demanda mais fraca, é esperado que os fabricantes promovam ajustes de produção.

 

A exceção ao setor é o segmento de fumo em folha, cujas vendas estão concentradas no começo do ano. "A safra está um pouco atrasada, mas se o volume continuar no ritmo previsto, teremos ao menos um resultado igual ao registrado em 2008", analisa Peres, para quem as vendas de papelão em janeiro já apresentam um sinal de melhoria em relação aos primeiros dias do ano.

 

Apesar do cenário preocupante, Peres acredita que os preços praticados no mercado interno devem ser manter estáveis em 2009. A explicação está no custo de produção do setor, que se mantém em patamares elevados. "Deve haver alguma pressão nos preços, mas há valores relacionados ao custo que ainda não mudaram", afirma o executivo, dando como exemplo as tarifas de energia. (AE)

 

Veículo: O Estado de Minas


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