Preço da farinha tem 1ª queda do ano

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Produto essencial à alimentação do paraense teve redução de 9,60%

A capital paraense e zona metropolitana ainda con- tinuam com alto custo na alimentação básica, uma das mais caras do país. No mês de julho, a cesta básica ficou em torno de R$ 299,07, comprometendo na sua aquisição quase metade do atual salário mínimo de R$ 678,00. Nos ultimos 12 meses, uma grande contribuição para a alta da alimentação no Pará foi dada pelos aumentos no preço da farinha de mandioca que, depois de longa temporada, fechou em queda pela primeira vez neste ano, no mês passado, segundo balanço feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeco- nômicos (Dieese).

O produto, encontrado em feiras e supermercados da Grande Belém, apresentou recuo de preço, com queda de 9,60%. Todavia, no estudo dos primeiros sete meses de 2013, a alta acumulada no preço do produto foi bem superior à inflação. O mesmo ocorreu com os preços nos ultimos 12 meses.

Deste modo, em julho/2012, o quilo da farinha de mandioca foi comercializado em média na Grande Belém a R$ 3,22, fechou o ano de 2012 (dezembro) custando em média R$ 5,56. No começo de 2013 (janeiro), o produto voltou a subir de preço e foi comercializado a R$ 6,06 o quilo. Em junho de 2013, já estava custando em média R$ 7,81 e no mês passado foi vendido em média a R$ 7,06 o quilo.

Com isso, segundo o Dieese, o quilo da farinha de mandioca comercializada em feiras e supermercados, apresentou alta acumulada nos primeiros sete meses de 2013 de 26,98%, contra uma inflação acumulada de 3,17%.

Nos ultimos 12 meses, a alta acumulada no preço da farinha de mandioca consumida pelo paraense chegou a 119,25% (a inflação oficial acu- mulada para o mesmo período medida pelo IPCA/IBGE ficou em 6,38%).

Para se ter uma ideia dos impactos para o consumidor paraense com essas altas em um produto básico como a farinha de mandioca nos ultimos 12 meses, segundo o Die- ese, é só comparar os reajustes acumulados no preço do produto, com a alta nos preços da Cesta Básica e com a inflação.

Enquanto a cesta básica teve um reajuste acumulado de 15,08% nos últimos 12 meses, o preço do quilo da farinha de mandioca subiu no mesmo período 119,25% e a inflação oficial (IPCA/IBGE) ficou em 6,27% e o INPC ficou em 6,38%.

Assim, o preço da farinha consumida pelo paraense subiu bem mais que a média de toda a cesta básica e bem superior à inflação calculada para o período analisado.

De acordo ainda com o Dieese, o mais conflitante desta situação de recorde de aumento de preços no quilo da farinha de mandioca no Pará é que isso ocorre em um Esta- do que é o maior produtor de mandioca do pais. Contudo, este crescimento recorde na produção, infelizmente, não tem se refletido em preços mais baixos.

As causas destes aumentos são muitas e passam por uma série de fatores estruturais dentro da cadeia produtiva até a comercialização, diz Roberto Sena, economista supervisor técnico do Dieese/Pa.

A maior parte da farinha de mandioca consumida na Grande Belém vem de municípios próximos da capital como Castanhal, Capanema e Bonito, entretanto mais da metade da produção é artesanal. Este fato, aliado à produção e ao escoamento da farinha do produtor ao consumidor (sua comercialização é recheada de atravessadores), faz com que a população continue a ser penalizada por reajuste absurdos no preço do produto como ocorreu neste 1º semestre de 2013 e nos últimos 12 meses.




Veículo: O Liberal - PA



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