Setor de cloro-soda amplia capacidade, mas produz menos

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Em um ano em que a capacidade total instalada da indústria de cloro-soda foi ampliada em 7%, a produção do setor registrou um crescimento quase vegetativo. O volume total de cloro produzido em 2008 foi de 1,23 milhão de toneladas, 0,5% mais que um ano antes. Já a produção de soda foi elevada em 0,6%, para 1,34 milhão de tonelada. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor).

 

Produzidos em conjunto, mas consumidos separadamente, o cloro e o sódio podem ser vistos como termômetros do desempenho da indústria, já que são usados como insumo na fabricação de diversos produtos, como papel, celulose, alumínio, PVC, químicos, farmacêuticos, alimentos e outros.

 

O aumento de capacidade conquistado em 2008 equivaleu a 100 mil toneladas a mais no parque industrial do País, resultado de um investimento feito pela Carbocloro, uma das maiores empresas do setor, e totalizou 1,4 milhão de toneladas. A produção efetiva, no entanto, foi apenas 6 mil toneladas maior em relação ao ano passado. "Até setembro, estávamos trabalhando praticamente com a capacidade inteira tomada, mas infelizmente o quarto trimestre teve um impacto muito grande e refletiu no ano como um todo", disse Fernando Butze, presidente da Abiclor. Com isso, o nível de utilização da capacidade encerrou o ano dois pontos percentuais abaixo que 2007, a 86,4%.

 

No quarto trimestre, o consumo aparente de cloro (vendas internas somadas a importações) foi 5,2% menor que no terceiro, com 315 mil toneladas. No acumulado do ano, a alta foi de 0,5%, para 1,24 milhão de toneladas. No caso de soda cáustica, houve queda de 12,3% do terceiro para o quarto trimestre, de 579 mil toneladas para 508 mil. No acumulado do ano, no entanto, há alta de 5,5%, para 2,2 milhões de toneladas.

 

A alta foi garantida, em parte, pelas importações, que tiveram alta de 13,8% em soda cáustica, para 912 mil toneladas, e de 16,4% em cloro, para 6,2 mil toneladas. "Em 2009 deve haver queda na importação, conforme o consumo cai e a capacidade interna fica ociosa", explicou Butze. Enquanto o volume de importações de cloro é muito pequeno - por se tratar de um gás de difícil transporte -, a entrada de sódio é considerável e responsável por uma balança comercial tradicionalmente negativa, já que a produção do insumo no País costuma ser insuficiente para atender toda a demanda interna.

 

Apesar de um quarto trimestre negativo e da dificuldade de grandes setores em meio à crise, como o de alumínio e de papel e celulose, a Abiclor acredita que, em 2009, o setor conseguirá pelo menos manter os mesmos patamares de venda e produção que em 2008.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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