Em uma sala de cerca de 40 m², no centro de distribuição do Grupo Pão de Açúcar às margens da rodovia Anhangüera, em São Paulo, é possível acompanhar pelo painel gigante em uma das paredes o trajeto da malha logística de 1.150 caminhões terceirizados que trabalham para a empresa.
A frota, responsável pelas entregas dos 18 CDs para as 575 lojas do grupo e dessas para a casa dos clientes, é acompanhada de muito perto pelos 18 funcionários do centro de logística e gerenciamento de risco, que trabalham em tempo integral. "Aqui fazemos a gestão do veículo: onde ele está, o que carrega, para onde vai, qual trajeto vai seguir", diz Marcelo Lopes, diretor da cadeia de suprimentos do Grupo Pão de Açúcar. É possível saber até a temperatura da carga e quando alguma das portas do veículo é aberta.
A mais recente iniciativa da área foi instalar uma câmera na boléia do caminhão que faz entrega das lojas para a casa dos clientes. "Podemos monitorar a pálpebra do motorista e saber se ele está em condições de dirigir", diz Lopes. O projeto piloto foi implantado em um caminhão de São Paulo e pode ser estendido a toda a frota.
Mas o maior trunfo da área é a malha logística compartilhada com um time de 23 fornecedores. A distribuição é otimizada para que o caminhão do varejo ou da indústria faça a entrega. Isso significa, literalmente, aproveitar a viagem. "Posso saber se o meu caminhão ou o do fornecedor está próximo de determinada loja que precisa do produto e adiantar a entrega".
Tudo isso serve para o grupo ganhar competitividade, afirma o executivo. "Em algum momento posso até não vender a cerveja ao preço mais barato mas, com certeza, serei o mais eficiente na entrega, não deixando faltar a bebida em nenhum ponto-de-venda", diz.
Veículo: Valor Econômico